Eu conheço um homem que trai sua esposa. Ele a trai todos os dias. Ele trai múltiplas vezes por dia. Ele é um marido e um pai e um adúltero serial.
Eu não deveria saber deste fato sobre ele, mas ele me contou em uma conversa há alguns dias. Estávamos falando sobre o índice de divórcio; ambos demos nossas teorias a respeito de porque as estatísticas são tão altas. Eu mencionei em meu diagnóstico de alguns estudos que mostram que a pornografia é a causa em mais de 50 por cento dos divórcios por ano.
Ele riu. “As pessoas não se divorciam por causa de pornografia”. Ele passou a explicar que a pornografia não é um “grande problema” para a maioria das pessoas. Não é “como se estivesse traindo ou algo assim”. Ele me disse que vê várias vezes por dia. Sua esposa, insistiu ele, ficaria irritada se soubesse a total extensão de seu hábito, mas só porque as mulheres reagem de forma exagerada sobre “esse tipo de coisa.”
Que tipo de coisa? Que seus maridos passam os dias obsessivamente mergulhados nas regiões mais obscuras da internet em busca de imagens sexuais explícitas de estupro, abuso, perversão, exploração e outras formas de depravação imunda até então desconhecida para a humanidade?
É. Esse tipo de coisa. Não há razão por que qualquer mulher fique muito chateada com isso, aparentemente.
Pornografia = Adultério
Ouçam homens, eu sei que esta é uma conversa desconfortável. Mas está na hora de ser homem e cair na real sobre a pornografia. Suas prioridades: se você é casado e assiste pornografia, você está enganando e ponto final.
De uma perspectiva cristã, isso não gera dúvida alguma. Cristo colocou-o de forma muito clara: se você olhar para outra mulher para cobiçá-la, já em seu coração cometeu adultério.
Quando assistimos pornografia estamos escolhendo sucumbir a esse desejo; estamos nos entregando a ele, fertilizando-o, dando-lhe espaço em nossas mentes. Estamos mergulhando nele e o absorvendo como uma esponja. Estamos diminuindo a nós mesmos, traindo nossas esposas e participando da exploração violenta de mulheres (e meninas).
Nossas mentes e corpos pertencem ao Senhor e a nossas esposas; por isso a pornografia se torna uma invasão em domínios que não pertencem à ela. Se buscamos a pornografia, somos adúlteros. E o somos da pior forma.
Não precisamos sequer nos referir às Escrituras para descobrir a equação simples que a pornografia é igual a adultério.
Por que não seria?
Porque você não está fisicamente em contato com outra mulher?
E daí? Isso é apenas uma questão de semântica e circunstância. A ausência de contato físico não automaticamente o livrará da culpa – se fosse assim, sexo virtual com outras mulheres seria um jogo inocente, eu suponho.
Como você se sentiria se olhasse o celular de sua esposa e descobrisse mensagens de texto picantes, sexualmente explícitas enviadas a um homem em seu escritório? Estaria tudo bem, contanto que ela pudesse provar que nunca teve qualquer contato físico com ele? Ou isso é totalmente diferente, porque ela conhece aquele homem, ao passo que a pornografia é anônima e impessoal? Vemo-nos construindo muitas linhas arbitrárias de distinção quando estamos determinados a racionalizar o comportamento que instintivamente sabemos ser imoral e errado.
Mas, tudo bem, e se ela não conhecesse o sujeito? E se ela estava apenas envolvida em “fantasias” com homens que ela nunca conheceu? Imagine que, em suas viagens virtuais, você tropeça em um site pornô com fotos e vídeos de uma jovem particularmente atraente: sua esposa. Como seria isso para você? Sua esposa vendendo sexo digital por toda a internet – O que você pensaria disso? Pode causar um pouco de briga no casamento você não acha?
Veneno irreversível
Se você não gostaria de ver sua esposa sendo uma fornecedora de pornografia, você pode entender por que ela não quer que você seja um consumidor de pornografia. Se você não gostaria que ela convidasse e incentivasse outros homens a violentá-la em suas mentes, você deve entender por que ela não iria querer que você aceitasse o convite para violar outras mulheres na sua mente.
Não quero me concentrar apenas em homens casados. A pornografia é um veneno para todos, casados ou não.
E eu não estou aqui para acusá-lo, se você tropeçou. Vivemos em uma sociedade que oprime as fraquezas de um homem, esfregando sensualidade em seu rosto a uma hiper velocidade todos os dias, o dia todo, o tempo todo. Isso não é uma desculpa; apenas uma tentativa de colocar as coisas em contexto.
Eu não vou insistir com alguém que luta contra um vício da pornografia mais do que eu insistiria com quem luta contra um vício de crack. Mas pelo menos o viciado em crack provavelmente não vai encontrar muitas pessoas (além do seu traficante) que vão dizer-lhe que é realmente saudável fumar crack. Se ele se aventurar para fora do barraco abandonado onde ele inala seu narcótico, ele provavelmente não vai encontrar nenhuma pessoa respeitável que diga, “Ei, o crack não é um grande problema – é totalmente natural fumar crack, homem!” Nessa forma, o fumante de crack tem uma vantagem sobre o viciado em pornografia. O viciado em pornografia, pelo contrário, tem que lutar tanto contra a própria compulsão e a miríade de sugestões subjetivas que tentarão convencê-lo de que tudo não passa de um pouco de diversão inocente.
Isso é uma mentira, é claro. Não é inocente. Não é divertido.
Decisão definitiva em prol da sanidade e da família
Eu poderia citar para você um monte de pesquisas psiquiátricas provando os efeitos negativos da pornografia no cérebro. Mas você pode fazer a pesquisa por si mesmo.
Eu poderia falar-lhe sobre a escravidão sexual, tráfico de seres humanos, abuso de drogas e abuso sexual infantil, e eu poderia explicar como a indústria pornô não existiria sem estes ingredientes necessários. Mas essas são conclusões que você pode encontrar em si mesmo, se alguma vez você ainda dispuser de um momento para pensar sobre isso.
Eu poderia lembrar que essas mulheres que você encontra em sites pornográficos podem não ser mulheres ainda – talvez sejam adolescentes, meninas – e não há nenhuma maneira de você saber com certeza. Eu poderia, então, salientar que qualquer cliente pornô ávido tem provavelmente, em algum momento, sido um cliente de pornografia infantil, quer ele saiba ou não. Mas esta é, de fato, uma realidade óbvia e inevitável.
Eu poderia dizer-lhe que muitas crianças têm contato com a pornografia antes dos 12 anos. E eu poderia dizer que nós ainda nem começamos a colher os frutos atrozes que virão de toda uma geração criada sob o efeito das perversões hediondas da pornografia na internet. Mas é provavelmente tarde demais para esses avisos.
Então o que resta? Talvez nada, realmente. Pornografia é um mal, vazio, funesto, sujo – isso é algo que todos sabemos. É por isso que, a menos que você seja psicótico ou totalmente desprezível, você não gostaria que sua filha entrasse para o ramo da pornografia. É por isso que a maioria das pessoas esconde seus hábitos pornográficos. É por isso que ainda não é considerado aceitável procurar sites “adultos” no computador do seu trabalho ou em uma mesa de cafeterias (embora as pessoas ainda o façam, em ambos os cenários). É por isso que você só encontra lojas de pornografia e clubes de strip tease nas partes mais degradadas e perigosas da cidade.
Não importa o quão hedonista e mente aberta nos tornamos, ainda reconhecemos a pornografia como algo que deve ser guardado nos embolorados cantos escuros de nossas vidas. Esta é a Lei Natural, e não podemos fugir dela. Nós temos uma compreensão inata do certo e errado, quer queiramos ou não.
Homens casados: Penso que deveríamos gastar nosso tempo livre com a família, ou a leitura de livros interessantes para que possamos aperfeiçoar nossas mentes, ou construir coisas, ou fazer exercícios, ou fazer qualquer outra coisa que nos torne melhores homens. Pornografia não fará de você um homem melhor. Ela o faz menor. Ela faz de você um mentiroso. Ela pode matar esse instinto dentro de você que o chama a proteger e honrar as mulheres. Ela vai transformá-lo em algo que você nunca quis ser. Em um pervertido rastejante e vergonhoso.
Ela vai transformá-lo em um adúltero.
Autor: Matt Walsh
Fonte: The Matt Walsh Blog
Tradução: Stael Pedrosa Metzger