Eles tinham grandes esperanças, convencidos de que uma nova era havia chegado. Pensavam que o que estavam aguardando havia tanto tempo iria finalmente se cumprir. De fato, os sinais estavam por toda parte, mas suas esperanças terminaram em amargo desapontamento. Como poderiam prosseguir rumo a um futuro desconhecido?
Então, de repente, aqueles dois seguidores de Cristo, a caminho de Emaús, reconheceram que Jesus havia estado com eles durante toda a viagem, e Sua presença mudou tudo. Eles viajaram na estrada proverbial do desapontamento à alegria. Como fizeram isso? Sua história pode ser encontrada em Lucas 24.
Compartilharam seus pensamentos (v. 14-16). Na estrada para Emaús, aqueles dois viajantes conversavam a respeito de sua esperança no Messias e da frustração pelo não cumprimento de seus sonhos. Mal perceberam quão próximo literalmente o Salvador estava deles; e que Ele havia chegado. Comentando sobre isso, Ellen G. White diz: “[…] tão absorvidos se achavam em sua tenebrosa decepção que não o observaram muito [o Estranho que os acompanhava]. Continuaram em sua conversa, externando os pensamentos de seu coração” (O Desejado de Todas as Nações, p. 795). Permitiram que seus sentimentos sobre os acontecimentos recentes anuviassem sua capacidade de ver que Jesus estava perto deles, esperando para compartilhar insights eternos com eles e por meio deles.
Expressaram seus sentimentos a Jesus (v. 18-24). Embora estivessem compartilhando suas preocupações, eles ainda não haviam experimentado o progresso de que necessitavam até que expressaram seus sentimentos a Jesus. Eles estavam com o coração partido, mas Alguém estava prestes a transformar seu desapontamento em alegria.
Escutaram o que Jesus tinha para lhes dizer (v. 25-27). Jesus estava esperando para dizer palavras de conforto a seu coração atribulado. Entretanto, eles se demoraram para abrir o coração a Cristo mais do que Ele em revelar uma mudança de vida para eles. Além disso, o que Jesus tinha a lhes dizer estava diretamente concentrado em sua missão. A obra de Deus não havia começado apenas três anos e meio antes, e certamente não havia chegado a um fim inglório nas últimas 48 horas.
Sua missão era claramente vista em cada cordeiro sacrificado nos altares, e havia acabado de ser testemunhada quando o Cordeiro de Deus foi sacrificado na cruz.
Foram hospitaleiros (v. 29-31). Esses homens, mesmo não sabendo quem era seu Hóspede, o convidaram para tomar uma refeição e descansar em sua casa. Ele, que os havia deixado em suspense com suas palavras ao longo da viagem, então tocou profundamente seu coração quando tomou o pão, partiu e o deu a eles. Naquele momento, seus olhos se abriram, e eles perceberam que aquele que havia acabado de abençoar o pão era justamente quem sempre os havia abençoado com a esperança de que eles iriam, um dia, ver a profecia se cumprir.
Pregaram a mensagem (v. 33-35). Desconsiderando a fome, o cansaço, a segurança pessoal, e uma série de outros fatores físicos e emocionais, esses dois discípulos de Cristo saíram para proclamar a “mensagem das boas-novas de que dependem as esperanças da humanidade para o tempo e a eternidade” (Ibid., p. 801).
Conclusão
No ministério, nós também enfrentamos todos os tipos de desapontamento. Quando estamos lidando com eles, às vezes parece que o fim do mundo chegou e não temos nenhuma esperança quanto ao futuro. No entanto, a pergunta que deve ser feita é: “Como posso passar do desapontamento para a alegria?”
Aqueles dois discípulos caminharam sobre algo além do que a estrada de Jerusalém para Emaús. Eles percorreram a estrada da decepção para a alegria – a alegria proveniente da presença de Cristo com eles e do ardoroso desejo de compartilhar as boas-novas do Salvador. Que todos nós possamos fazer o mesmo!