Planejamento

Planejamento

PLANEJAMENTO

Levino dos Santos Oliveira

 

Na cerimônia de inauguração do Templo, Salomão discursou, depois orou ao Senhor e, “Tendo Salomão acabado de orar, desceu fogo do céu e consumiu o holocausto e os sacrifícios; e a glória do Senhor encheu a casa. Os sacerdotes não podiam entrar na Casa do Senhor, porque a glória do Senhor tinha enchido a Casa do Senhor” (Crônicas 7: 1 e 2).

Claro que foi um acontecimento extraordinário para o povo de Israel, a manifestação da Glória de Deus. No entanto, quase sempre se esquece de tudo aquilo que precedeu até que chegasse a esse momento. O quanto o próprio Salomão e sua equipe se prepararam para esse dia, mas também o rei Davi, que diligentemente preparou detalhes e recursos para a futura construção.

É possível entender o valor de um planejamento elaborado de maneira séria e consistente que, nesse caso, culminou na gloriosa manifestação de Deus. Diante disso, serão expostos alguns passos fundamentais para se preparar um planejamento sólido diante das demandas pastorais.

O QUE É UM PLANEJAMENTO?

Existem vários conceitos do que é um planejamento. Entre tantos, há um muito simples em sua definição: Onde eu estou, aonde eu quero chegar e como chegarei lá. Ou seja, planejamento é a linha reta, do ponto A ao ponto B.

“Os melhores líderes têm consciência sistêmica, o que os ajuda a responder a pergunta constante de aonde devemos ir e como.”[1] Embora aparente ser simples, as etapas exigem levantamento de dados, estabelecimento de metas, estratégias, calendário e avaliações periódicas, além da definição de visão, missão, objetivos gerais e específicos. Ellen White declarou: “Os que são escolhidos pelo Senhor para a obra do ministério darão prova de sua alta vocação e, por todos os meios possíveis, procurarão desenvolver-se como obreiros capazes. Eles se esforçarão para alcançar uma experiência que os capacite a planejar, organizar e executar.”[2]

Existem inúmeros modelos de planejamentos, a escolha fica a critério de cada um, no entanto algumas perguntas precisam ter respostas para que o mesmo seja eficaz. Um modelo bem prático é o 5W2H. Trata-se de cinco perguntas que começam com “W” e duas com “H” em Inglês. São elas: What? Where? When? Who? Why? How? How Much? (O que? Onde? Quando? Quem? Por quê? Como? E Quanto custa?).[3] Pode parecer complexo no início, mas depois fica bem simples. Se um planejamento não responder essas questões, ele não será funcional.

1º PASSO – ESTRATÉGICO

A – Obtenção de Dados

Para saber aonde se encontra, é necessário fazer um levantamento de dados de forma séria e estratégica. No caso de uma igreja, deve-se levar em consideração dos fatores:

Internos – Histórico da igreja, diagnóstico completo (análise das entradas e saídas de membros dos últimos 5 anos, ter dados do crescimento real, obter dados financeiros sobre percentual de dizimistas e ofertantes, além do montante das entradas e sua representatividade pelo número de membros, etc.);

Externos – Dados de sua localização (número de habitantes ao redor, origens desses moradores, quais suas religiões, condição social, padrão financeiro, média da faixa-etária, igrejas de outras denominações ao redor, etc.).

 

B – Foco

É muito importante ressaltar que o foco deve ser o mais preciso possível, quanto menos metas, melhor. “Jeff Weiner, presidente-executivo do Linkedln, considera que ‘menos coisas mais bem-feitas’ é o mecanismo mais poderoso da liderança.”[4] No meio de um redemoinho de atividades e emergências pastorais, manter o foco nas ações planejadas pode ser um grande desafio. “A incapacidade de os líderes manterem o foco é um problema de proporções epidêmicas.”[5]

2º PASSO – PARTICIPATIVO

Antigamente o pastor era o único responsável por preparar um planejamento. Entretanto, a tendência é outra nos últimos tempos, hoje entende-se que quanto mais representatividade, melhor. Diante disso, é crucial que no planejamento de uma igreja haja uma representatividade das faixas-etárias, gêneros, famílias e outros, de acordo com a composição da comunidade local. Um líder ao conduzir um planejamento, deve ter isso em mente. “A liderança em si depende de capturar efetivamente e direcionar a atenção coletiva. Liderar a atenção exige os seguintes elementos: primeiro focar a própria atenção; depois atrair e direcionar a atenção dos outros;[6] Deve- se destacar o papel das novas gerações nos dias atuais, elas têm se mostrado relevantes sobre o tema. Isso não quer dizer que devemos descartar as demais. “As gerações mais novas são, muitas vezes, exatamente o oposto de executivos mais velhos no sentido de como abordam os problemas, se engajam no pensamento crítico e processam os desafios […] As novas gerações podem não conhecer um negócio específico, mas compreendem sua geração, o que eles querem e como o querem”.[7]

CONCLUSÃO

Como vimos, o planejamento é algo indispensável para alcançar resultados desejados, e quando se tem foco preciso e poucas metas ele se torna mais efetivo. Construir um planejamento é fundamental para o trabalho pastoral e o sucesso do mesmo deve contar com a participação da comunidade envolvida. O planejamento não é só do líder, as pessoas precisam se sentir parte do projeto. Desafie as pessoas a sonhar grande e pensar de forma diferente. “Para atingir uma meta jamais alcançada, você deverá fazer coisas que nunca fez anteriormente.”[8]  E por último, é necessário avaliar o planejamento em suas etapas. “O acompanhamento de uma estratégia é tão importante quanto o seu lançamento.”[9]  Ajustes são imprescindíveis em todos os aspectos da vida.

 

REFERÊNCIAS

[1] Daniel Coleman, Foco – A atenção e seu papel fundamental para o sucesso (Rio de Janeiro: Editora Objetiva LTDA, 2013), p.206.

[2] Ellen G. White, Atos dos Apóstolos (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1999), p. 353).

[3] https://www.treasy.com.br/blog/5w2h/

[4] Greg McKeown, Essencialismo – a disciplinada busca por menos (Rio de janeiro: Sextante, 2015), p. 247.

[5] Chris McChesney, Sean Covey, Jim Huling e Bill Moraes, As 4 Disciplinas da Execução – garanta o foco nas metas crucialmente importantes (Rio de janeiro: Elsevier Editora LTDA, 2013), p.22.

[6] Daniel Coleman, Foco – A atenção e seu papel fundamental para o sucesso (Rio de Janeiro: Editora Objetiva LTDA, 2013), p.202.

[7] Ritch K. Eich, Líderes não dão ordens – como orientar, inspirar e motivar sua equipe para alcançar grandes objetivos (Rio de janeiro: Thomas Nelson Brasil – Vida Melhor Editora S.A., 2013), p. 69,70.

[8] Chris McChesney, Sean Covey, Jim Huling e Bill Moraes, As 4 Disciplinas da Execução – garanta o foco nas metas crucialmente importantes (Rio de janeiro: Elsevier Editora LTDA, 2013), p.4.

[9] Josué Campanhã, 50 segredos para o líder (São Paulo: Editora Hagnos, 2009), p. 204.

 

Levino dos Santos Oliveira, secretário ministerial da UCOB.

 

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