6 de janeiro de 2021

Para terminar o trabalho

Para terminar o trabalho

“PARA TERMINAR A OBRA”

Pr. Tulio Peverini

INTRODUÇÃO

→ Ao saudá-los com afeto cristão e no nome do Senhor, desejo primeiramente louvar e agradecer a Deus por seu amor em Cristo Jesus, meu precioso Salvador.

→ Como e quando, pela graça divina, tive um encontro com Jesus e me uni a sua igreja? A vida humilde e consagrada do meu querido pai, o pastor Héctor Peverini, foi o meio que me conduziu a Jesus e à decisão de aceitá-lo como meu bendito Salvador.

→ No sábado, 16 de novembro de 1946, tive meu primeiro contato oficial com a Igreja Adventista. Junto com outros jovens e meu irmão Milton, fomos batizados na bela Igreja de Florida por nosso querido pai. Eu tinha quatorze anos.

→ No final do batismo e estando ainda no batistério, meu pai fez uma breve oração. Nunca a esquecerei. Agradecendo a Deus pela salvação em Cristo, orou a Deus para que meu irmão e eu fôssemos sempre fiéis ao Senhor e que nos tornássemos mensageiros do Evangelho, sob a orientação do Espírito Santo.

→ Pela graça de Deus, e somente por isso, o Senhor respondeu à oração. Esse dia foi um dia de entrega total a Jesus e entrega à Igreja para colaborar com o cumprimento de sua missão. E estou certo que esta tem sido e é a experiência de cada um dos presentes.

→ Nunca me arrependi por ter me filiado à Igreja. A cada dia que passa, mais amo esta igreja, porque ela é a igreja de Deus que Cristo comprou com o sacrifício de seu sangue.

TÓPICO: CONCLUSÃO DA OBRA

→ Queridos pastores, anciãos de igreja e líderes de pequenos grupos, todos nós enfrentamos um desafio sagrado: contribuir com tudo o que somos e temos para completar a pregação do santo Evangelho

→ Poderia haver satisfação maior do que concluir com sucesso uma obra ou um projeto a nós atribuído? Seja a conclusão de um curso, o término bem sucedido de um projeto de trabalho ou a realização plena em um relacionamento afetivo feliz, a pessoa sente uma satisfação íntima que produz uma alegria muito grande.

Não há projeto mais importante que colaborar com Cristo na salvação de almas, ou atividade que produza maior felicidade. Cristo começou esse projeto e Ele vai terminá-lo, mas Ele nos honra com o privilégio de colaborar com Ele, obedecendo à sua ordem redentora: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16:15).

CITAÇÃO:Todos têm seu lugar no plano eterno do Céu. […] Tão certo como nos está preparado um lugar nas mansões celestes, há também um lugar designado aqui na Terra, onde devemos trabalhar para Deus” (Parábolas de Jesus, p. 172).

Qual é a obra a qual estamos todos comprometidos? Do ponto de vista espiritual, a nossa sagrada e preciosa tarefa é preparar-nos para as Bodas do Cordeiro e fazer o possível para que o maior número de pessoas dela participe.

→ A Bíblia nos fala desse evento final, mas vamos enfatizar nossa missão à luz de duas passagens fundamentais: Mateus 28:18-20 e 24:14.

A COMISSÃO EVANGÉLICA

A comissão evangélica registrada em Mateus 28 é singular. Os discípulos não somente estavam perante o Mestre que tinha se manifestado com poder por meio de palavras e atos durante mais de três anos. Estavam perante quem, depois de haver sido crucificado, tinha ressucitado ao terceiro dia. Foi então que JESUS deu sua ordem extraordinária:

“Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santoensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt 28:18-20).

→ Essa passagem contém quatro absolutos. A comissão foi dada com TODA A AUTORIDADE. Os comissionados deveriam ir a TODAS AS NAÇÕES. Deveriam ensinar TODAS AS COISAS, com a certeza de que Cristo estaria com eles TODOS OS DIAS, até o fim do mundo.

Vamos ler o versículo 18: “Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra”.

→ Cristo, o vencedor do pecado, do diabo e da morte, reivindica autoridade pessoal. No céu seria adorado pelos anjos e atuaria como o único mediador entre Deus e o homem. E na terra, apenas invocando seu nome, eventos sobrenaturais ocorreriam.

Depois que Cristo invocou sua autoridade, o versículo 19 começa com esta ordem: “Ide, portanto”. A esse grupo de seguidores falíveis e duvidosos, Cristo deu a ordem de agir. Eles deveriam ensinar as verdades que tinham aprendido.

→ Robert Oppenheimer, famoso por sua contribuição no campo da energia nuclear, fez esta memorável declaração: “A melhor maneira de transmitir uma ideia é encarnando-a em uma pessoa”. Meus irmãos, Cristo sabia que o evangelho redentor se espalharia se fosse personificado em seus seguidores de antigamente e nos de agora.

Os versículos 19 e 20 declaram que parte da missão confiada era “fazer discípulos” e “ensinar a guardar todas as coisas”. E os discípulos foram transformados em novos discípulos. Seus corações deveriam ser convertidos e suas mentes instruídas. Aqueles que ouviram a Cristo comprometeram-se a ensinar aos outros a importância de imitar a JESUS e praticar seus ensinamentos. Foi uma tarefa muito difícil, mas não impossível, porque Cristo garantiu Sua companhia todos os dias até o fim.

O EVANGELHO DO REINO

→ A comissão evangélica é complementada com esta gloriosa passagem: “E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim” (Mt 24:14).

→ Três realidades são destacadas aqui, três fatos surpreendentes(a) “O fim” virá quando todas as nações forem alcançadas com o Evangelho; (b) Essa obra será realizada “para testemunho”, ou como aparece em outras versões, “em testemunho”; (c) Mas note que esse versículo começa, sem ambiguidade, dizendo que “este evangelho do reino” será pregado.

Em que consiste o evangelho, as boas novas do reino? Na pessoa de Cristo e na sua pregação, o reino de Deus já havia “chegado”. O futuro e perfeito reino dos céus emerge do reino da graça que já existia com a presença de Jesus nessa terra há mais de dois mil anos, e que apenas havia começado quando o pecado entrou no mundo, e se confirmou plenamente quando Cristo morreu na cruz.

→ Em Jesus Cristo, o reino da graça redentora e o reino da glória imortal que será visível em sua segunda vinda, estão totalmente ligados. E esta é a boa nova que nós, seguidores de JESUS, devemos proclamar.

CITAÇÃO: “O reino da graça de Deus está sendo agora estabelecido, visto que corações que têm estado sobrecarregados de pecado e rebelião se rendem à soberania de Seu amor. O completo estabelecimento do reino de Sua glória, porém, não ocorrerá senão na segunda vinda de Cristo ao mundo” (O Maior Discurso de Cristo, p. 108).

→ Este evangelho será pregado em todo o mundo e então virá o fim, e existem muitas profecias e sinais que indicam que vivemos no “tempo do fim”. O ponto culminante do drama, da luta milenar entre o bem e o mal, se aproxima a passos acelerados.

→ Cristo vencerá o grande inimigo e seus seguidores de forma definitiva, como a Escritura diz de forma tão clara:

“Quando, porém, se completarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão e sairá a seduzir as nações que há nos quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, a fim de reuni-las para a peleja. O número dessas é como a areia do mar. Marcharam, então, pela superfície da terra e sitiaram o acampamento dos santos e a cidade querida; desceu, porém, fogo do céu e os consumiu. O diabo, o sedutor deles, foi lançado para dentro do lago de fogo e enxofre, onde já se encontram não só a besta como também o falso profeta; e serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos” (Ap 20:7-10)

→ Todo o corpo de Cristo, ou seja, sua igreja, está comprometido com a tarefa suprema de proclamar o amor e o poder de Jesus Cristo. Sim, proclamar as boas novas do reino da graça e a glória do Rei dos reis e Senhor dos senhores.

CINCO PRINCÍPIOS CRUCIAIS PARA UM CUMPRIR COM ÊXITO NOSSA SAGRADA MISSÃO

→ Meus amados pastores, anciãos de igreja e líderes, para garantir o sucesso de nosso sagrado compromisso precisamos de algo além de planos e procedimentos.

É essencial utilizar princípios básicos para determinar as estratégias e métodos a serem seguidos.

→ Por sua importância, escolhemos cinco princípios que se aplicam à missão da igreja no século 21.

1. TESTEMUNHAR DE JESUS

→ Vamos ler um versículo chave: “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1:8). JESUS disse-lhes para testemunharem em nome dEle, por Ele e sobre Ele. Cristo deveria ser o objeto supremo do testemunho de seus seguidores.

→ Por vezes, em nosso zelo ou entusiasmo, testemunhamos de nossas instituições, da nossa igreja e suas doutrinas distintas, como a observância do sábado como dia de repouso. E isso é necessário. Mas, nada se compara ao testemunho que damos do que Cristo fez e está fazendo por nós como nosso Senhor e Salvador.

→ Não deveríamos recordar a ordem que JESUS deu ao endemoninhado geraseno?

“Vai para tua casa, para os teus. Anuncia-lhes tudo o que o Senhor te fez e como teve compaixão de ti” (Mc 5:19).

2. PRATICAR UM ESTILO DE VIDA PERSUASIVO

→ Ante o mandato e desafio de testemunhar, podem surgir sentimentos de medo e ansiedade: “Serei capaz de fazê-lo? Não tenho doutorado em divindade. Não tenho facilidade com as palavras. E se as pessoas me perguntarem coisas impossíveis

→ Meus irmãos, para JESUS mais importante do que “dizer” ou “fazer” É SER. O modo de ser de uma pessoa constitui um testemunho silencioso, mas muito poderoso e convincente.

→ Um renomado ateu e inimigo do Cristianismo, o filósofo alemão Friedrich Nietzsche, disse: “Para eu acreditar que Jesus é o Salvador, os discípulos de Cristo têm de demonstrar primeiro que foram salvos”. Devemos admitir que nessa era pós-cristã, muitos que se dizem cristãos têm esquecido certos princípios essenciais praticados por Cristo: a simplicidade, a humildade, a modéstia, a bondade.

ILUSTRAÇÃO: Permitam-me falar sobre esse princípio tão importante, uma vida genuinamente cristã, com o seguinte relato: Um jovem não-adventista, surpreendentemente começou seus estudos em um de nossos colégios no leste do Estados Unidos. Ele era muito reservado. Assistia a todas as aulas, inclusive as de religião. Mas, no final do ano letivo, saiu tão surpreendentemente quanto havia chegado. Ele voltou para a humilde casa no campo de seus pais.

Resolveu então retomar os estudos em uma universidade secular, localizada em uma grande cidade. Ele se alojou em um pequeno apartamento de um grande prédio. Os proprietários foram muito amáveis com ele. A esposa do proprietário costumava deixar à porta do jovem um prato saboroso de comida. de responder?”

Esse estudante observou que todos os sábados, por volta das 9h, o casal saía com a Bíblia embaixo do braço. Um sábado, o jovem os seguiu, e assim entrou pela primeira vez na Igreja Adventista daquele lugar. E aquela congregação tornou-se sua segunda casa. Meses depois, ele foi batizado. Ele não precisou ser instruído em toda a teologia. Isso ele aprendeu durante o ano no qual frequentou o colégio adventista. Mas, como o jovem confessou: “A maneira de viver desse casal era para mim o melhor sermão”.

3. RESPONSABILIDADE SOCIAL

Na vida e nos ensinamentos de Cristo, se entrelaçam a grande comissão de pregar o Evangelho e o GRANDE MANDAMENTO de amar nosso próximo como a nós mesmos. Como sabemos, toda a raça humana, mas em especial os professos cristãos, seremos submetidos ao veredito do Rei do universo, cujo texto é o seguinte:

“Então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me. Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar? O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes” (Mt 25:34-40).

Sobre esta solene e grande verdade de amar ao próximo, me alegrei ao conhecer a obra médico-missionária que um grupo visitante realizou no ano passado em Honduras, no Vale dos Anjos. Soube, além disso, que de 20-26 julho de 2020, um grupo similar constituído por 41 pessoas, ministrou as necessidades físicas e espirituais de 108 pacientes em Assunção e em comunidades menores do Paraguai. Louvado seja Deus!

Antes de ser executado em um campo de concentração, o notável pastor alemão DIETRICH BONHOFFER, testemunhou de sua fé e do amor de Cristo com estas palavras: “A igreja é uma igreja quando existe para beneficiar a outros”.

4. EVANGELISMO E CRESCIMENTO

Este quarto princípio é um princípio fundamental. A igreja deve crescer ou ir à falência, e cada discípulo tem a responsabilidade de fazer a igreja crescer.

CITAÇÃO:Todo verdadeiro discípulo nasce no reino de Deus como missionário.

Aquele que bebe da água viva, faz-se fonte de vida. O depositário torna-se doador” (O Desejado de Todas as Nações, p. 128).

→ A forma de evangelizar pode variar, mas precisamos promovê-lo com o sagrado otimismo de Cristo: “Eu, porém, vos digo: erguei os olhos e vede os campos, pois já branquejam para a ceifa” (Jo 4:35).

COMO EVANGELIZAR? COMO REALIZAR A MISSÃO DIVINA?

a. Entrevista pessoal. A entrevista de Cristo com Nicodemos ilustra a importância insuperável do evangelismo pessoal. O auditório de uma alma é sagrado.

b. Rádio, televisão ou internet. Deus usa de forma muito eficaz os instrumentos de comunicação em massa do Evangelho. Seria um erro ignorá-los nestes tempos quando a população mundial cresce de forma impressionante. Devemos apoiar e utilizar mais A Voz da Esperança e o programa Está Escrito. Só no Céu saberemos quantas almas foram levadas a JESUS por meio desses programas.

c. Nossas revistas e livros.

CITAÇÃO: “O mundo deve receber a luz, e muitos conhecerão a verdade por meio do ministério evangelizador da palavra em nossos livros e revistas” (El ministério de publicaciones, p. 63).

CITAÇÃO: “É em grande parte por meio de nossas casas editoras que se há de efetuar a obra daquele outro anjo que desce do Céu com grande poder e, com sua glória, ilumina a Terra” (Testemunhos Seletos, v. 3, p. 98).

d. As cruzadas evangelísticas ou esforços públicos. Deus abençoa, de forma especial, esse método de pregação, especialmente com o apoio efetivo dos membros da igreja. Eles podem associar várias igrejas na preparação do terreno antes do lançamento da campanha em si, que pode ocorrer em nível local ou distrital.

Lembre-se de que mesmo o “pequeno esforço” pela graça de Deus pode dar um fruto extraordinário.

ILUSTRAÇÃO: A Igreja Adventista em Punta Arenas, Chile, nasceu graças a um “pequeno esforço”. Um colportor chamado Nelson, em 1918, visitou a várias pessoas na cidade. Além de apresentar seus livros, ele mencionou que um conferencista viria para compartilhar verdades religiosas.

O evangelista foi o pastor Francisco Westphal. Apesar de muitas pessoas terem escutado suas mensagens, apenas uma sincera e dedicada mulher, Luisa Paulentz Born, e seus filhos Niels e Pablo, de 15 e 13 anos, respectivamente, aceitaram a verdade em Jesus e testemunharam pelo batismo. LUISA foi batizada em outubro de 1918 nas águas do Estreito de Magalhães, e NIELS e PAUL em dezembro do mesmo ano. Por causa de sua decisão de guardar o sábado, os dois rapazes perderam o emprego e o padrasto os expulsou de casa.

Aparentemente, aquele “pequeno esforço” foi um fracasso: apenas três pessoas se uniram à igreja de Deus. Mas esses jovens cresceram e foram educados em nossas escolas. NIELS tornou-se um pastor e professor de teologia, e um de seus filhos, EGIL, tornou-se reitor da Universidade Adventista do Plata, e o outro, ROALD, vice-tesoureiro da Divisão Sul-Americana. E o que dizer de PAUL? De seus cinco filhos, GUNNAR foi médico missionário e diretor do Sanatório Adventista do Plata; WALDEMAR foi professor e diretor de música em dois colégios adventistas. KAREN e ERNA tornaram-se enfermeiras missionárias, e LILIA, revisora de provas e designer em uma editora adventista: a Pacific Press.

→ Os resultados extraordinários da conversão de LUISA, NIELS e PAUL tiveram sua origem em um modesto esforço evangelístico público. Esforços públicos feitos com fé valem a pena! Por meio deles, estendemos a rede do evangelho. E Deus, por meio de Sua Palavra e do Seu Espírito, alcança as almas e as leva a JESUS, o grande PESCADOR.

PEQUENOS GRUPOS

Tenho aqui um método evangelizador infalível: as células missionárias ou “pequenos grupos”. Deixe-me citar o que inspiradamente escreveu Ellen White:

A formação de pequenos grupos como base de esforço cristão, foi-me apresentada por Aquele que não pode errar. Haja em toda igreja grupos bem organizados de obreiros para trabalharem nas vizinhanças dessa igreja” (Serviço Cristão, p. 55).

Os pequenos grupos ou igreja nas casas foi um plano inspirado pelo Espírito Santo para a Igreja Apostólica. Em grande parte tem como base os seguintes versos:

E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. […] Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração” (At 2:42, 46).

Os membros dos grupos se uniam pelas seguintes atividades:

O ensino da doutrina.

A comunhão e o partir do pão.

As orações.

→ Essas reuniões, que eram realizadas diariamente nas casas, tinham um claro propósito missionário, pregar sobre Jesus Cristo: “E todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar e de pregar Jesus, o Cristo” (At 5:42).

A amizade é o melhor instrumento de evangelização: “As pessoas não seguem estranhos ou desconhecidos, mas sim a amigos. Portanto, seja primeiro amigo das pessoas antes de falar de religião” (Curso para Grupos Pequeños, p. 13).

Devemos fazer o bem aos outros: “A maneira de Cristo pregar a verdade não pode ser aperfeiçoada. […] Por meio do bem que realizou, por Suas palavras amoráveis e atos de bondade, interpretou Ele o evangelho para os homens” (Ellen White, Conselhos para a Igreja, p. 315).

LIDERANÇA

→ Essa santa obra de pregação, que foi realizada no templo e nas casas, exigiu uma organização coordenada, e isso fez com que surgissem líderes locais e distritais. Devemos, portanto, falar algo sobre LIDERANÇA.

Os líderes indisputáveis em Jerusalém e onde quer que a igreja cristã primitiva estivesse se expandindo, eram os apóstolos. Além deles, havia outros líderes que deviam ser reconhecidos: “Agora, vos rogamos, irmãos, que acateis com apreço os que trabalham entre vós e os que vos presidem no Senhor e vos admoestame que os tenhais com amor em máxima consideração, por causa do trabalho que realizam” (1Ts 5:12, 13).

Por que os líderes deviam ser reconhecidos? Por três razões: eles trabalhavam, presidiam no Senhor e admoestavam ou aconselhavam. É necessária abnegação e graça divina para levar adiante a causa de Deus tendo esses três atributos de forma simultânea.

→ Um livro contemporâneo sobre liderança enfatizou o seguinte:

a. Os líderes são pessoas ordinárias que se propuseram a realizar algo extraordinário.

b. Um líder tem duas características: primeiro, ele sabe para onde está indo. Segundo, é capaz de convencer outras pessoas para o seguirem.

→ J. Oswald Sanders, em seu livro Liderazgo Espiritual, destaca as seguintes qualidades notáveis dos líderes:

a. Eles são dotados da sabedoria que envolve o “temor do Senhor” e o discernimento dos anseios do coração humano.

b. São pessoas determinadas e corajosas. Um visionário pode ver. Um líder decide, age e o faz com coragem.

c. Um líder confia em Deus e é humilde. Não é afligido pelo complexo de insegurança ou inferioridade. Ele tem a certeza de que é guiado e apoiado pelo Líder Supremo.

d. Os líderes são pacientes. Eles não impõem seus critérios; seus colaboradores o seguem com prazer.

e. Por fim, os líderes reconhecem a importância de ouvir. Não só estão abertos a novas ideias, mas também sabem reconhecer seus próprios erros, e tem sabedoria para não voltar a cometê-los.

→ Sobre esse tema, queríamos repetir uma verdade proclamada por muitos:

“Deus não chama os capacitados, mas capacita os escolhidos”. Não, podemos exagerar o fato de que Deus chama as pessoas para cumprir sua missão e lhes dá dons e concede Sua graça para fazê-lo. A glória é somente Dele.

5. A PRESENÇA E O PODER DO ESPÍRITO SANTO

→ O quinto princípio essencial para cumprir a missão que Deus designou para a igreja é a unção do Espírito Santo. É a condição sine qua non, insubstituível, que todo filho de Deus precisa para compartilhar a fé. Cada igreja, em sua totalidade, deveria possuir esse dom pela graça divina.

→ Isso é o que JESUS ressaltou momentos antes de subir ao Céu, como já mostramos:

“Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1:8).

→ Em cumprimento dessa sagrada missão, os discípulos puderam dizer: “ O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, a quem vós matastes, pendurando-o num madeiro. […] Ora, nós somos testemunhas destes fatos, e bem assim o Espírito Santo” (At 5:30, 32).

Como esse versículo diz, houve um duplo testemunho: o dos apóstolos e do Espírito Santo. Testemunhar é um projeto conjunto: ao esforço humano se junta, indispensavelmente, o poder divino.

Será que nos atreveríamos a pensar que a igreja do tempo do fim poderia testemunhar por Cristo, sem a completa unção de poder do Espírito Santo?

CITAÇÃO:O Espírito Santo virá a todos quantos pedem o pão da vida para o dar aos semelhantes. Ao unirmos o nosso coração ao de Cristo, e pormos a nossa vida em harmonia com a Sua obra, virá sobre nós o Espírito que caiu sobre os discípulos no dia de Pentecoste” (Serviço Cristão, p. 192).

Este é o momento de nos humilharmos e respondermos ao convite divino:

Pedi ao Senhor chuva no tempo das chuvas serôdias, ao Senhor, que faz as nuvens de chuva, dá aos homens aguaceiro e a cada um, erva no campo” (Zc 10: 1).

→ Sob o símbolo da chuva serôdia, o profeta antecipa o derramamento abundante do Espírito de Deus, a unção poderosa do Espírito Santo para completar a bendita pregação do evangelho nessa terra que já sofreu por tanto tempo.

Então, com o retorno glorioso de Cristo, virá o fim da dor e da angústia. E virá o início de um novo Céu e de uma nova Terra.

→ Veremos o Rei em sua beleza. Ouviremos sua doce voz. Iremos nos prostrar diante de sua augusta presença e dizer com imensa alegria:

“Eis que este é o nosso Deus, em quem esperávamos, e ele nos salvará; este é o Senhor, a quem aguardávamos; na sua salvação exultaremos e nos alegraremos” (Is 25:9).

CONCLUSÃO

Amados pastores, anciãos e líderes da Igreja, Deus deseja nos usar para a sua glória. Ele quer que aceleremos a vinda de Cristo. Ele quer que ao nos unir naquele dia sob a árvore da vida, tenhamos a imerecida alegria de ver a nosso querido Salvador, que morreu, ressuscitou e agora reina em glória, por amor a nós. E da mesma forma, acompanhado pelos anjos, vamos abraçar as preciosas almas por cuja salvação trabalhamos e oramos nessa terra.

Por tudo isso eu louvo a Deus e pergunto: Quantos, nesse momento, se reconsagram novamente ao Senhor e a seu serviço, lhe implorando que o Santo Espírito preencha o ser e purifique de todo o mal? E, acima de tudo, enquanto tivermos vida, desejamos ter a maravilhosa experiência de ganhar muitas almas para Cristo?

ORAÇÃO

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