Há para ser feita pelas nossas igrejas uma obra da qual poucos têm alguma ideia. … Temos que dar de nossos meios para sustentar os obreiros no campo da seara e rejubilarmo-nos pelos molhos colhidos. Embora isto esteja certo, há uma obra, ainda intocada, que deve ser feita. A missão de Cristo era curar os enfermos, encorajar os desesperançados, levantar o desalentado. Esta obra de restauração deve ser promovida entre os necessitados sofredores da humanidade.
Deus reclama não apenas nossa benevolência, mas nossa fisionomia alegre, nossas palavras de esperança, nosso aperto de mão. Aliviemos alguns dos aflitos de Deus. Alguns estão enfermos, e a esperança os abandonou. Devolvamos-lhes a alegria. Restituamos-lhes a luz. Muitos perderam a coragem. Falemos-lhes palavras de ânimo. Oremos por eles. Há os que necessitam do pão da vida. Leiamos da Palavra de Deus para eles. Há muitos enfermos da alma, os quais nenhum bálsamo terrestre pode alcançar nem médico levar cura. Oremos e levemos essas pessoas a Jesus.
Há em cada lugar uma obra a ser feita por todas as classes da sociedade. Devemos nos aproximar dos pobres e viciados, os que caíram pela intemperança. E, ao mesmo tempo, não devemos esquecer as classes mais elevadas – os legisladores, pastores, senadores e juízes, muitos dos quais são escravos de hábitos intemperantes. Nenhuma medida deve deixar de ser experimentada para lhes mostrar que são dignos de salvação, que a vida eterna é algo pelo qual vale a pena lutar.
Aproximem-se do povo onde ele se acha, mediante o trabalho pessoal. Relacionem-se com ele. Esta é uma obra que não pode ser feita por procuração. Dinheiro emprestado ou dado não a pode realizar. Sermões do púlpito não a podem efetuar.
Visitem os vizinhos de maneira amigável e familiarizem-se com eles. … Os que não assumem esta obra, que agem com a indiferença que alguns têm manifestado, logo perderão seu primeiro amor e começarão a censurar, criticar e condenar os próprios irmãos.
Ao irem, como fizeram os discípulos, de lugar em lugar, contando a história do amor do Salvador, vocês farão amigos e verão os frutos desse trabalho. Todo obreiro leal, humilde, amorável e fiel, será sustentado e fortalecido pelo poder do alto. Conseguirá caminho para o coração do povo ao seguir o exemplo de Cristo. Servirá ao aflito e orará pelo enfermo. Cânticos e vozes de oração serão ouvidos. As Escrituras serão abertas para testificar da verdade. E com sinais que se seguirão, o Senhor confirmará a palavra falada.
Necessitamos mais da simpatia natural de Cristo. A exemplo de nosso misericordioso Sumo Sacerdote, devemos dirigir-nos a nossos semelhantes tocados pelo sentimento de suas enfermidades. Guardem-se sempre de se tornarem frios, negligentes, apáticos, propensos a censurar. Não deixem passar a oportunidade de dizer palavras animadoras que inspirem esperança.
Ao trabalhar em favor das vítimas de maus hábitos, em lugar de lhes apontar o desespero e a ruína para os quais se precipitam, façam-nos volver os olhos a Jesus e fixá-los nas glórias do celestial. Isso fará mais pela salvação deles, do que farão todos os terrores da sepultura quando postos diante dos destituídos de força e, aparentemente, de esperanças.
Todos os que se declaram cristãos devem examinar a si mesmos, a fim de verificar se são tão bondosos e considerados para com seus semelhantes quanto desejam que seus semelhantes os considerem. Quando isso for feito, haverá uma atuação segundo a semelhança divina.
Os que afirmam crer em Cristo devem representá-Lo em obras de bondade e misericórdia. Esses jamais saberão, até o dia do julgamento, quanto bem têm feito em seguir o exemplo do Salvador.
Se nos humilhássemos perante Deus, e fôssemos bondosos e corteses e compassivos e piedosos, haveria uma centena de conversões à verdade onde agora há apenas uma.