Vivemos na era da informação. A toda hora, em todo o lugar, temos disponíveis as mais variadas formas de apresentação de diversos temas. Assim, desde a popularização do acesso à internet e a facilidade para aquisição de smartphones, houve uma verdadeira revolução silenciosa, onde milhões de pessoas passaram a ter o hábito de estarem conectadas e em permanente contato com a troca de ideias e conteúdo.
Nesse contexto, são muitas as vantagens do modo de viver “online”: busca de receitas culinárias, material evangelístico, dicas de saúde, notícias, artigos cientí cos, blogs variados, orientações sobre estética, pesquisas escolares, etc. En m, uma enorme variedade de assuntos, para todos os gostos e necessidades e em todos os níveis de profundidade. Além disso, o advento das redes sociais e sua adesão em massa recriaram a maneira das pessoas se relacionarem, aproximando distâncias e rompendo barreiras temporais, possibilitando encontros e reencontros, juntando interesses e aproximando pessoas a ns.
Dessa forma, a tecnologia mudou o mundo e a forma das pessoas se relacionarem. Assim, os novos hábitos do viver em rede são percebidos por onde quer que observemos ao nosso redor: ao levantar, ao caminhar, ao trabalhar e ao descansar e por isso toda essa imersão coletiva em comunicação e troca de informações me faz pensar em seus efeitos sobre a vida humana e seus relacionamentos. Algumas das conclusões a que chego são que:
- As pessoas nunca estiveram tão próximas às outras, porém nunca se sentiram tão sozinhas;
- Estamos rodeados de gente o tempo todo, virtuais ou reais, mas poucos de nós temos um ouvido amigo onde desabafar com confiança ou um ombro amigo onde reclinar a cabeça com segurança.
- O conhecimento superficial e momentâneo sobre tudo predomina entre a maioria; nunca soubemos tão pouco sobre tantas coisas diferentes e as opiniões têm se resumido a uma curtida ou a “kkkkk.”
- A paciência de todos esta cada vez mais curta; ninguém tem mais tempo a perder, pois a vida digital cobra seu preço. O tempo disponível se resume a uma rápida passada de olhos e uma curtida e a apreciação da vida vai se automatizando num ritmo frenético de olhar e passar cada vez mais rápido por mais conteúdo;
A super cialidade, a futilidade e a cultura simplória invadem nossas mentes, ameaçam nossa inteligência, destroem nossa capacidade contemplativa e o passatempo de muitos se resume ao olhar distante e mecânico das fotos sem muito signi cado ou frases de ocasião.
Visão pessimista ou depressiva da tecnologia? Não. Não condenamos a internet, as mídias ou muito menos as redes sociais. A tecnologia de informação é um conjunto de recursos, de “coisas”. Não tem em si mesmo um signicado, um aspecto moral. As coisas não são boas ou más em si mesmas, contudo o uso que fazemos delas é que determinam o seu viés moral. Em Mateus 15:19-20, Jesus nos deixa claro que é de um coração impuro que procedem os pensamentos que contaminam a humanidade.
Assim, o uso da internet e de todos os seus recursos, tanto pode contribuir para o bem, para a propagação de coisas boas, para a divulgação do Evangelho e para o equilíbrio emocional do ser humano, como também pode alimentar a mente e contaminar os pensamentos com a impureza, a futilidade e com a visão errada dos desígnios de Deus para o ser humano.
Dessa maneira, ao compreendermos que a beleza e a complexidade da existência humana são resultado da interconexão entre mente, corpo e espírito, entendemos que somos fruto daquilo que pensamos: “Porque, como imaginou no seu coração, assim é ele” (Pv 23:7) e que nossos pensamentos são consequência daquilo que olhamos, que gastamos tempo e que nos envolvemos.
Por isso, como nossa saúde é re exo dos nossos hábitos e nossos hábitos são re exos de nossa mente, se gastarmos o nosso tempo preenchendo a mente com coisas boas, teremos hábitos bons e para cada hábito bom que cultivarmos, ganharemos força e interesse para mais hábitos saudáveis e a construção de uma boa saúde: física, mental e espiritual. Porém, infelizmente, o contrário também é verdade.
Então, as perguntas que nos cam são: como estamos gastando o nosso tempo em relação à internet e às redes sociais? O que estamos construindo para nossa mente e como estamos in uenciando a mente de outros? O resultado nal de todo esse uxo de informações que circula em nossa mente e ao nosso redor tem contribuído para a nossa edi cação espiritual?
Essas são re exões importantes porque os conselhos de Deus são claros para nós ao nos pedir que pensemos nas coisas eternas (Col 3:2) e que todas as nossas ações sejam para a Glória de Deus (I Cor 10:31). São orientações do Criador para nos proteger, para recriar em nós a Santi cação com a Sua presença e para desenvolver uma mente cativa aos pés de Cristo.
Que tal começarmos hoje uma nova revolução, fazendo das redes sociais nossa trincheira de pregação da Palavra de Deus? Que tal se enchermos nossos murais de conteúdo relevante, de mensagens edi cantes, de testemunhos e histórias que conduzam as pessoas para perto do Salvador? Que tal se construíssemos relacionamentos virtuais mais saudáveis, discipulando as pessoas para Cristo? Que tal se nossa vida, real e virtual, fosse uma pregação viva de um viver saudável e equilibrado, com uma experiência espiritual cativante, exaltando a Palavra de Deus e inspirando nos outros a verdadeira paixão pelo Evangelho?
Bem-vinda ao mundo da verdadeira Saúde!