ADVENTISTAS FUTURISTAS: O DESAFIO DA INTERPRETAÇÃO FUTURISTA À ESCATOLOGIA ADVENTISTA
Joel Turpo
Resumo
Esta pesquisa analisa e avalia a interpretação futurística de alguns adventistas dos livros de Daniel e Apocalipse, que, rejeitam o sistema de interpretação histórica, próprio da Igreja Adventista, e entendem os dias proféticos como períodos literais que têm um cumprimento ou duplo cumprimento no futuro prévio à segunda vinda de Cristo. O autor afirma que a hermenêutica futurista destes adventistas está próxima aos princípios metodológicos hermenêuticos do sistema de interpretação futurista dispensacionalista e católico, os quais rejeitam os fundamentos escriturísticos importantes para a interpretação bíblica como são o princípio de analogia e a concepção do tempo da cosmovisão bíblica.
Palavras chaves
Historicismo, futurismo, dispensacionalismo, escatologia, hermenêutica
Abstract
The present investigation analyzes and evaluates the futuristic interpretation of the books of Daniel and Revelation of some Adventists, who, rejecting the historicist interpretation system, typical of the Adventist Church, understand the prophetic days as literal periods that have a fulfillment or double fulfillment in the future before the second coming of Christ. The author maintains that the futuristic hermeneutics of these Adventists closely follows the hermeneutical methodological principles of the dispensationalist and Catholic futuristic interpretation system, which reject the important Scriptural foundations for biblical interpretation such as the principle of analogy and the conception of the time of the Biblical worldview.
Key words
Historicism, futurism, dispensationalism, eschatology, hermeneutics
Introdução
Desde o seu surgimento no século XXI, a Igreja Adventista do Sétimo Dia tem se caracterizado por sua ênfase na interpretação escatológica das profecias apocalípticas.1 Os fundamentos para esta interpretação são retirados do sistema historicista2 da interpretação profética dos reformadores,3 da igreja primitiva4 e da Bíblia.5 Sendo assim, os períodos proféticos de Daniel e Apocalipse são interpretados usando o princípio dia-ano,6 do princípio da recapitulação7 e do princípio da “analogia Scripturae” (“analogia da Escritura”) que entende que a “Escritura interpreta a Escritura”.8
Sob esses princípios, a Igreja Adventista afirma que as profecias, especialmente as de Daniel e Apocalipse, têm um cumprimento histórico desde os dias do profeta até o fim do tempo.9 Além do mais, tanto as 2.300 tardes e manhãs de Daniel 8:14, os 1.260 dias de Daniel 7:25, 12:7; Ap. 12:14 (cf Ap. 11:2-3; 12:6; 13:5), os 1.290 dias de Daniel 12:11 e os 1.335 dias de Daniel 12:12, evolvem períodos que devem ser interpretados como anos.10 No entanto, nas últimas décadas surgiram novas interpretações com inclinação futurista em relação aos períodos proféticos de Daniel 12, especialmente dos 1.260, 1.290 e 1.335 dias,11 que se misturam com diferentes profecias do livro de Apocalipse e são projetadas para um período no tempo antes do fim. Este artigo (1) estuda estas interpretações, (2) critica seus postulados e (3) avalia a posição e origem hermenêutica.
Interpretação futurista adventista
A interpretação futurista não relaciona o princípio dia-ano para os períodos proféticos de Daniel 12 – 1.260, 1.290 e 1.335 dias -, em vez disso, considera que devem ser vistos como dias literais que esperam um cumprimento no futuro. Assim, uma interpretação literal das profecias é aceita.12 Por exemplo, Marian G. Berry em seu livro Warning!13, usa este foco literal em todos os livros da Bíblia.14 Berry considera que em Daniel 12 não há nenhum símbolo profético, portanto, deve ser lido em sentido literal,15 o que de outra forma significa que os períodos proféticos representam dias literais que começam com a futura lei dominical, como é mostrado no quadro 1.
Quadro 1: Os tempos de Daniel 12 de acordo com María G. Berry
Dessa forma, para Berry, tanto os 1.260, 1.290 e 1.335 dias representam dias literais. Os 1.260 dias terminam com o decreto de morte universal. Os 1.290 dias, acrescentam mais 30 dias literais aos 1.260 dias. Os primeiros 15 dias que são acrescentados vêm do cumprimento da “hora” de Apocalipse 17:12, os outros 15 dias, vêm da “hora” de Ap. 18:10. Berry é incoerente na aplicação de seus princípios, pois mistura o tempo literal e o simbólico,16 e usa o princípio dia-ano para os textos de Apocalipse, no entanto, ele não o faz para os textos de Daniel 12, pois os entende como literais.17
De outro ponto de vista, Samuel Núñez, que também entende os períodos proféticos de Dan. 12 como literais, afirma que a “abominação da desolação” de Dan. 12 e o “t1mid”, estão relacionados com os eventos dos “últimos dias” da história de nosso mundo.18 Ele propõe que Dn. 12:11 prediz o tempo quando o t1mid for colocado de lado, isso quer dizer, o culto a Deus, como está representado na adoração no sábado,19 e for mudado para o domingo, que é entendido como a “abominação da desolação”20, símbolo da autoridade papal. A partir de então, começam os 1.290 dias (Dn. 12:1) e 1.335 dias (Dn. 12:12) literais21 antes da segunda vinda de Cristo.
Núñez menciona:
[…] o ‘serviço contínuo’ seria tirado ao estabelecer a ‘abominação da desolação’. Este evento, como já vimos, seria cumprido com o estabelecimento obrigatório da guarda do domingo, que é o mesmo que a marca da ‘besta’ e a marca da sua ‘imagem’ (Ap. 13:11-17).22
Tudo isso nos leva a concluir que os dias de Daniel 12:11 são literais. Agora, se os dias de Daniel 12:11 são literais, então os 1.335 dias de Daniel 12:12 também são, pois ambos os períodos aparecem no mesmo contexto do ‘tempo do fim’, e o último é uma extensão do primeiro. Essa realidade nos indica que ambos os períodos têm que começar ao mesmo tempo, mas que um deles terminará 45 dias depois do outro.23
Em referência às profecias do livro de Apocalipse, Erwin R. Gane, em seu livro Trumpet after Trumpet24 combina a interpretação historicista com a futurista, seguindo uma filosofia da interpretação da história que a reconhece como cíclica e repetitiva.25 Neste livro ele pleiteia que as sete trombetas do Apocalipse têm um cumprimento historicista, mas também um cumprimento maior no tempo depois do fechamento da porta da graça. Assim, ele opta por uma interpretação dupla, que por sua vez abre a porta para múltiplos cumprimentos.26
Portanto, a posição desses adventistas de inclinação futurista é mantida sob uma interpretação que entende os dias proféticos de Daniel como literais e com cumprimento duplo das profecias. Há algum problema com isso?
Crítica à interpretação futurista adventista
Essas interpretações contêm vários erros como mostram a seguir:27
- Núñez entende que o “contínuo” que é removido em Dn. 12:11 se refere ao sábado. Essa é uma interpretação nada bíblica para o termo hebraico tamid (contínuo),28 o qual designa as diferentes atividades realizadas continuamente pelo sacerdote durante o ano no átrio e no lugar santíssimo,29 ou seja, a expiação e a intercessão. Portanto, o seu significado está relacionado com o ministério expiatório e intercessor de Cristo no santuário celestial.30 No entanto, nunca associado à adoração no sábado e sua substituição pelo domingo, o qual como menciona Torreblanca “é pura especulação” que “contradiz a própria interpretação de tamid como o ministério de Cristo no santuário celestial”.31
- Berry entende que os 1.260 dias de Daniel 7:25 e 12:7 se referem a dois diferentes períodos da história, um que se aplica ao passado e outro ao futuro. Isso viola o princípio hermenêutico fundamental de analogia Scripturae que entende que a Escritura interpreta a Escritura.32 Princípio que também foi validado por Ellen White, ao afirmar que “A Bíblia se explica por si mesma. Textos devem ser comparados com textos. O estudante deve aprender a ver a Palavra como um todo, e bem assim a relação de suas partes”.33 Se esse princípio for rejeitado, coloca em risco que o leitor se torne a regra hermenêutica que define a interpretação a Bíblia, como é o caso aqui.
- Coerente com a posição anterior, a perspectiva futurista entende que em Dn. 8:11 e 11:31, a ação de remover o “contínuo” e estabelecer a “abominação da desolação” se refere a eventos ocorridos no passado, durante os 1.260 anos de Daniel 7:25. Em contrapartida, em Dn. 12:11, onde tais ações são repetidas, se refere a eventos futuros, e têm uma aplicação literal. Mais uma vez, não é consistente com o princípio de analogia Scripturae. Pois os textos são paralelos e se referem aos mesmos acontecimentos históricos.34 Como Torreblanca menciona: “Agora, se Dn. 11:31 se refere ao passado, deve fazer da mesma forma em Dn. 12:11, porque ‘a Bíblia se interpreta a si mesma’”.35
- Com base nos pontos 2 e 3, o princípio da recapitulação é transgredido, pois abrange e repete o mesmo período a partir dos dias de Daniel até o estabelecimento do reino na ocasião da segunda vinda de Cristo. Desta forma, Dn. 2, 7, 8 e 9 e 10 ao 12, repetem os mesmos poderes históricos, adicionado novas informações. Não são poderes ou eventos diferentes que são cumpridos uns no passado e outros no futuro. Em vez disso, de acordo com o princípio da recapitulação, a sequência de poderes históricos se repete com a ampliação da informação.36
- Estas interpretações ignoram a estrutura básica das profecias do livro de Daniel, onde as visões são sempre seguidas de explicações,37 ver o quadro 2.
Daniel 2 | |
Visão: 31-35 | Explicação: 36-46 |
Daniel 7 | |
Visão: 1-14 |
Explicação: 15-27
Período: v. 25, 1260 dias |
Daniel 8 e 9 | |
Visão: 8:1-12 |
Explicação: 8:13-16; 9:24-27
Período: 8:14; 9:24-27 |
Daniel 10-12 | |
Visão: 11:2-12:4 |
Explicação: 12:5-13
Período: v. 7, 11, 12 |
Quadro 2: A estrutura básica das profecias de Daniel.
Desta forma, uma nova unidade literária é criada e separa a última parte da visão (12:1-4) e a une com a seção final (12:5-13)38, o que produz um intricamento na unidade literária da última profecia do livro de Daniel que está composto por uma visão (11:2-12:4) e sua explicação (12:5-13),39 destruindo, por sua vez, a estrutura geral que as profecias do livro de Daniel apresentam, pois estaria interpretando a seção de Dn. 12:5-13 como uma nova visão e que não teria uma explicação correspondente.40
- Consequentemente, se quebra a localização literária dos tempos proféticos que estão sempre dentro da seção de explicação e não nas próprias visões (ver quadro 2).41
- Com isso, a mesma coisa que a interpretação dispensacionalista faz ao cortar a última semana da profecia das 70 semanas de Dn. 9:24-27, também é feita com a profecia de Dn. 12:5-13, ao cortá-la do mesmo livro de Daniel e mudar o seu cumprimento para o futuro.42
- Além do mais, conexões linguísticas e gramaticais entre a seção da visão e a explicação são ignoradas.43
- Como mencionado, o tempo literal e o profético são misturados, e estraga o contexto simbólico com uma interpretação literal que causa uma confusão de interpretação.44
- Assim, reflete-se a interpretação futurista jesuíta da Igreja Católica Romana da Contrarreforma.45
- Alberto Timm menciona mais dois pontos que contradizem as afirmações futuristas, em relação as declarações de Ellen White. Na primeira, Timm menciona:
Se essas teorias estivessem corretas, com a mera proclamação do decreto dominical já saberíamos com antecipação quando a porta da graça fosse fechada e quando seria a segunda vinda de Cristo. É, portanto, uma maneira sutil e capciosa de definir datas para os eventos finais. Por mais originais e criativos que pareçam, essas tentativas não passam de propostas especulativas, que desconhecem ou menosprezam, em nome de Ellen White, suas próprias advertências a respeito.46
Ellen White afirmou: “O tempo não tem sido um teste desde 1844, e nunca mais o será”.47 Essa e outras citações,48 reforçam o conceito de que os tempos proféticos terminaram em 1844. Portanto, a interpretação futurista não tem acesso no pensamento profético-escatológico adventista.
- O segundo ponto que Timm menciona, está relacionado com o mau entendimento das afirmações de Ellen White, que mina o entendimento de um tempo profético depois de 1844. Ellen White menciona: “We told him some of his errors of the past, that the 1335 days were ended and numerous error of his” [Dizemos a ele de seus erros do passado, que os 1335 dias foram encerrados e seus inúmeros erros].49 Essa citação parece sugerir que foi um erro afirmar que os 1335 haviam se cumprido, o que leva a pensar que existe um cumprimento do tempo profético depois de 1844. No entanto, essa é uma suposição que não tem apoio histórico, pois Ellen White não se opõe à crença de que os 1335 dias já tinham se cumprido em 1844. E ainda, ela menciona que “Nunca mais haverá para o povo de Deus uma mensagem baseada em tempo. Não devemos saber o tempo definido nem para o derramamento do Espírito Santo nem para a vinda de Cristo”.50 Assim, esses períodos proféticos já foram cumpridos no passado e nenhum cumprimento deve ser esperado no futuro.
Hermenêutica futurista adventista
A hermenêutica futurista adventista está muito próxima dos princípios hermenêuticos do sistema futurista dispensacionalista, que por sua vez foi impactado pelo sistema futurista da igreja católica.51 Assim, a origem do sistema futurista vem diretamente da Contrarreforma, ou seja, do movimento que se opôs tenazmente à Reforma, que com o seu grito de batalha “sola Scriptura”52 tentou reformar a Igreja Católica no século XV e XVI, falhando vertiginosamente. Mais do que isso, com o tempo, as igrejas protestantes que se formaram como resultado da Reforma, terminaram ironicamente abraçando o sistema futurista da Igreja Católica e descartaram o sistema historicista de interpretação profética.53
O futurismo adventista usa a mesma interpretação literal que o dispensacionalismo futurista. É interessante notar que o primeiro protestante a aceitar o futurismo que veio da igreja católica foi Samuel Roffey Maitland54, que atacou também o princípio dia-ano de interpretação profética do historicismo, apoiando assim, o aparecimento do anticristo por 1260 dias literais antes da segunda vinda de Cristo. Esse literalismo na interpretação das profecias foi logo cunhado e desenvolvido pelo pai do dispensacionalismo, John N. Darby,55 convertendo em seguida na posição teológica dominante na interpretação das profecias56 que se infiltrou em quase todos os ramos do protestantismo.57 O literalismo, nas palavras de Rondelle, “atribui às descrições proféticas a exatidão de uma imagem fotográfica feita com antecipação”.58 No entanto, a hermenêutica do literalismo não considera a natureza espiritual do Novo Testamento (1 Co. 2:14-15), nem que o NT interpreta de forma espiritual passagens do Antigo Testamento. Quanto a isso Gulley afirma:
O Novo Testamento interpreta passagens do Antigo Testamento espiritualmente e mostra que os literalistas em interpretação profética crucificaram a Cristo (ver Mt. 23:13-39; Mc. 12:1-12; Lc. 12:56; João 11:45-57). Ao contrário de Israel de sua época, Cristo interpretou o reino como se já estivesse no meio deles (ver Mt. 10:7; 12:28 […]).59
Dessa forma, o literalismo contradiz a interpretação espiritual da Bíblia, que é entendida como a auto interpretação da Bíblia, opondo-se assim ao princípio da analogia Scripturae.60
Da mesma forma, a interpretação futurista adventista extrai das pedreiras futuristas dispensacionalistas a hermenêutica do duplo cumprimento ou o que tem sido chamado de interpretação apotelesmática.61 Esta forma de interpretar as profecias foi argumentada por Drumond nas conferências de Albury Park, ao classificar que as profecias referentes ao anticristo poderiam ter duplo e até um triplo cumprimento.62 Drumond indica:
For as all the prophecies of the Old Testament had an inchoate accomplishment first, and a more perfect fulfillment afterwards, so it is not impossible that this great prophecy of the New Testament may have had a partial application during the while time of the Gentile dispensation and will have a more full and literal completion in the days which accompany the coming of our Lord. [Porque como todas as profecias do Antigo Testamento uma primeira realização incompleta, e uma realização mais perfeita depois, então não é impossível que essa grande profecia do Novo Testamento possa ter tido uma aplicação parcial durante o tempo da dispensação dos gentios e terá uma realização mais completa e literal nos dias que acompanham a volta do nosso Senhor.] 63
Essa hermenêutica tem a sua origem na concepção da história da filosofia grega, particularmente nos ciclos históricos repetitivos da filosofia platônica64 que é usada como base para a visão espiral e cíclica da história. Que é, como menciona Ouro, “inconsistent with the Hebrew-Christian conception” [inconsistente com a concepção hebraica-cristã]65, que mantém uma filosofia da história que apoia uma visão linear do tempo e a interpretação profética.66 Considerando que, tanto a hermenêutica literal que concebe os dias como períodos de 24 horas, como a hermenêutica de duplo cumprimento, rejeitam fundamentos Escriturísticos importantes para a interpretação bíblica, como são o princípio da analogia e a concepção do tempo da cosmovisão bíblica.
Conclusão
O sistema de interpretação futurista levanta seus pilares em torno de uma interpretação literal dos tempos proféticos que inexoravelmente atropela o princípio da interpretação historicista do dia-ano, tão importante na concepção da Reforma e da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Uma vez flanqueado este princípio, resta somente aceitar as novas metodologias hermenêuticas, que por sua vez, destroem outros princípios hermenêuticos importantes na interpretação profética, essencialmente o princípio que entende a Bíblia como a sua própria intérprete, ou como os eruditos a denominam, analogia Scripturae, que está fundamentada no princípio da sola Scriptura, que também é anulada.
Essas interpretações futuristas quebram a estrutura básica das profecias do livro de Daniel. Quebrando a unidade literária de Daniel 10 ao 12 de tal maneira que atropela o princípio de recapitulação, tão importante para entender essas profecias. Como resultado, os postulados de uma hermenêutica que apoia o duplo e até o triplo cumprimento são aceitos, e isso desfaz o contexto simbólico de uma interpretação literal.
Dessa forma, assim como a interpretação futurista tentou eliminar, com o tempo, o sistema de interpretação historicista, agora tentam fazer o mesmo. Neste caso, a interpretação futurista de alguns adventistas contradiz os princípios fundamentais da interpretação profética que a Igreja Adventista criou e desenvolveu, levando-a a aceitar postulados que nas consequências finais, levam a desacreditar a autoridade da Bíblia por uma hermenêutica particular ao gosto do leitor.
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1 P. G. Damsteegt, “How Our Pioneers Discovered the Sanctuary Doctrine,” Adventists Affirm (Fall 1992).; C. M. Maxwell, “A Brief History of Adventist Hermeneutics,” Journal of the Adventist Theological Society 4, no. 2 (1993): 214-5.
2 O sistema de interpretação profética que é chamado de historicismo, entende que as profecias encontram sua realização através do curso da história humana, começando na época em que os profetas os escreveram até a Segunda Vinda de Cristo. Para obter mais informações ver William H. Shea, “Historicism, the Best Way to Interpret Prophecy,” Adventists Affirm 17, no. 1 (2003): 22-34.
3 Maxwell, “A Brief History of Adventist Hermeneutics.”., 213.
4 David P. Gullón, “An Investigation of Dispensational Premillennialism: An Analysis and Evaluation of the Eschatology of John F. Walvoord” (Ph. D. Dissertation, Andrews University, 1992): 27-52.
5 Ángel M. Rodríguez, Fulgores de Gloria (México: Asociación Publicadora Interamericana, 2002)., 12-19; Hans K. LaRondelle, Las profecías del fin: Enfoque contextual-bíblico (Buenos Aires, Argentina: Asociación Casa Editora Sudamericana, 2009), 66-82.
6 Este princípio encontra sua base textual em Números 14:34 como em Ezequiel 4:6 onde aparece o simbolismo de entidades e períodos em miniatura que representam realidades maiores. Para obter mais informações sobre o princípio do mal-entendido profético dia-ano ver: Alberto Timm, “El ‘simbolismo en miniatura’ y el principio de ‘día por año’ en la interpretación profética,” Theologika 22, no. 1 (2007), 2-35; Gerhard Pfandl, “En defensa del principio de ‘día por año’,” Theologika 31, no. 2 (2016), 222-246; William H. Shea, Estudios selectos sobre interpretación profética (Lima, Perú: Ediciones SALT, 1990), 57-94; William Johnsson, “Apocalíptica bíblica,” in Tratado de teología Adventista del Séptimo Día, ed. George W. Reid (Buenos Aires: ACES, 2009), 899-901; Roy Gane, Sin temor al juicio (Buenos Aires: ACES, 2005), 74-78; Gerhard Pfandl, Daniel vidente de Babilonia (Buenos Aires: ACES, 2004), 60-62; Desmond. Ford, Daniel (Nashville, Tennessee: Southern Publishing Association, 1978), 300-305; Gerhard F. Hasel, “El ‘cuerno pequeño’, el santuario celestial y el tiempo del fin: estudio de Daniel 8:9-14,” in Simposio sobre Daniel: Estudios introductorios y exegéticos, ed. Frank B. Holbrook, vol. 5 de Clásicos del Adventismo (Colombia: Asociación Publicadora Interamericana; GEMA Editores, 2010), 440, 443; Para evaluar la aplicación histórica del principio día por año véase Leroy E. Froom, The Prophetic Faith of Our Fathers (Washington: Review and Herald, 1954), 4:784-851.
7 Rodríguez, Fulgores de gloria, 15, 16. Aqui ele também menciona que “este princípio refere-se às conexões entre os diferentes círculos de visões”. Assim, “embora cada visão seja uma unidade separada, elas estão relacionadas entre si de várias formas”. Para Johnson, as profecias de Daniel e Apocalipse, “recapitulam e expandem o assunto já dado […] Essa natureza de recapitulação de várias sequências impede uma leitura contínua ou direta dos capítulos” (Johnsson, “Apocalíptica bíblica.”, 901); veja também: Ekkehardt Mueller, “Recapitulation in Revelation 4-11,” Journal of the Adventist Theological Soci- ety 9, no. 1 (1998).
8 Henri Blocher, “The ‘Analogy of Faith’ in the Study of Scripture: In Search of Justification and Guide-Lines,” Scottish Bulletin of Evangelical Theology 5, no. 1 (1987), 17; Para Peckham, “analogía Scriptura means that Scripture is internally coherent; thus any scriptural text should be understood in light of all others (Isa 8:20; Luke 24:27,44-45)” (John C. Peckham, “Sola Scriptura: Reductio ad Absurdum?,” TrinJ 35 (2014)], 200). Para mais informações sobre o uso deste princípio entre os primeiros adventistas, ver Marcos Blanco, “Early Adventists’ Homiletical Principles and the Expository-vs-Thematic Sermons Discussion,” DavarLogos 16, no. 1 (2017): 29-60.
9 Johnsson, “Apocalíptica bíblica”.
10 Para obter mais informações sobre como interpretar esses períodos proféticos dentro da Igreja Adventista do Sétimo Dia, consultar ibid., 899, 900; William H. Shea, “La unidad de Daniel,” in Holbrook, Simposio sobre Daniel, 169-256; Pfandl, Daniel vidente de Babilonia; Rodríguez, Fulgores de gloria; Merling Alomía, Daniel el profeta mesiánico, 3ª ed. (Lima, Perú: Ediciones Theológika, 2010); Mervin Maxwell, El misterio del futuro revelado (Buenos Aires: ACES, 1991). Para um foco adventista sobre os tempos proféticos de Daniel 12, veja Alberto Timm, “Los 1.290 y los 1.335 días de Daniel: Consideraciones que clarifican la interpretación correcta de estas profecías de tiempo,” Revista Adventista, no. 2 (fevereiro, 2006), 6-9.
11 Para uma revisão rápida sobre os desafios com o futurismo, ver Alberto Timm, “hermenéutica Adventista del Sétimo Día, 1844-1999: un breve panorama histórico”, en Entender la Palabra: Hermenéutica adventista para el Nuevo Siglo, Ed. Alomía et al. (Cochabamba, Bolivia: Editorial UAB, 2000), 39-41.
12 Para obter mais informações sobre pregadores independentes que tentaram prolongar alguns períodos apocalípticos, ver Hernandez, “Adventist Eschatological Identity and the Interpretations of the Time Periods of Daniel 12:11-12.”.: 73-76; Jorge Torreblanca, “Evaluación crítica de algunas ideas publicadas respecto a Daniel 12,” in Como el resplandor del firmamento: Festschrift a los Dres. D. Gullón y H. Treiyer, eds. Víctor Armeteros y Raúl Quiroga (Lib. San Martín, Entre Ríos: Universidad Adventista del Plata, 2012), 172.
13 Marian G. Berry, Warning! (Brushton, NY: Teach Services, 1990).
14 Ibíd., 6.
15 Ibíd., 154.
16 Jorge Torreblanca, “Evaluación crítica de algunas ideas publicadas respecto a Daniel 12,” in Como el resplandor del firmamento: Festschrift a los Dres. D. Gullón y H. Treiyer, eds. Víctor Armeteros y Raúl Quiroga (Lib. San Martín, Entre Ríos: Universidad Adventista del Plata, 2012).
17 Para uma avaliação dos argumentos de Marian Berry, ver Maximiliano Baeza, “Una evaluación de la posición escatológica de Marian Berry tal como aparece en su libro ‘Warning! In the 1.260, 1.290, 1.335 Days Timelines of Daniel 12’” (Tesis de licenciatura, Universidad Adventista del Plata, 2003).
18 Núñez menciona: “Esta afirmação é baseada no contexto de Daniel 11:31, onde descobrimos que os eventos dessa passagem ocorreriam antes do tempo do fim (cf. 11:35), enquanto o contexto de Daniel 12:11 indica que os eventos dessa passagem serão cumpridos no tempo do fim (Dn. 12:1-10). […] os eventos de ambas as passagens teriam que ocorrer em diferentes momentos da história. Ou seja, os eventos de Daniel 12:11 teriam que acontecer no ‘tempo do fim’, enquanto os eventos de Daniel 11:31, antes do tempo do fim (Samuel Nuñez, Las profecías apocalípticas de Daniel: La verdad acerca del futuro de la humanidad, vol. 2 (México, D.F.: Samuel Núñez), 180); Ver também Samuel Nuñez, “El ‘Continuo’ y la ‘Abominación Asoladora’ de Daniel 12:11,” Ministerio adventista (setembro de 1992), 21.
19 Núñez também afirma: “[…] o deslocamento do “serviço contínuo” ocorrerá quando o “rei do norte” atacar a lei de Deus, ou a autoridade de Jesus, impondo obrigatoriamente e universalmente um dia de descanso religioso contrário aos dez mandamentos de Deus. […] ao determinar ou estabelecer um dia de repouso obrigatório contrário ao sinal do pacto ou lei de Deus (Êxodo 31:12-17)” (Nuñez, Las profecías apocalípticas de Daniel, 188.).
20 […] a expressão ‘abominação da desolação, de Daniel 12:11, é metafórica e se refere a um dia falso de repouso que será imposto pelo ‘rei do norte’, ou por um dos seus aliados, ou por ambos juntos (ibíd., 189).
21 Núñez menciona: “Depois da minha pesquisa sobre Daniel 12:11 e 12, cheguei à conclusão de que a palavra dias desses versos é literal, e que será cumprida no futuro” (ibíd., 191).
22 Ibíd., 195, 6.
23 Ibíd., 195.
24 Erwin R. Gane, Trumpet after Trumpet: Will Revelation’s Seven Trumpets
Sound Again? (Nampa, Idaho: Pacific Press Pub. Association, 2012).
25 Ibíd., 295.
26 Ekkehardt Mueller, “A New Trend in Adventist Eschatology: A Critical Analysis of a Recent Publication,” Reflections 44 (2013).
27 Para mais informação sobre a crítica a esta posição futurista, ver Torreblanca, “Evaluación crítica de algunas ideas publicadas respecto a Daniel 12.”.; Angel M. Rodriguez, “Daniel 12:5-13,” accedido el 9 de abril de 2018, https:// adventistbiblicalresearch.org/es/materials/bible-ot-texts/daniel-125-13; Gerhard Pfandl, “Time Prophecies in Daniel 12,” accedido el 9 de abril de 2018, https:// adventistbiblicalresearch.org/sites/default/files/pdf/Release%205.pdf; Alber- to Timm, “The 1,290 and 1,335 Days of Daniel 12,” accedido el 9 de abril de 2018, https://www.adventistbiblicalresearch.org/sites/default/files/pdf/daniel12_ 0.pdf; Hernandez, “Adventist Eschatological Identity and the Interpretations of the Time Periods of Daniel 12:11-12.”; Mueller, “A New Trend in Adventist Eschatology.”
28 Timm, “The 1,290 and 1,335 Days of Daniel 12.”., 3.
29 Esta palavra é usada em conjunto com o sacrifício (Ex 29:38, 42; Nm 28:3, 6), o fogo sobre o altar (Lv 6:13), o pão da proposição (Ex 25:30; Lv 24:8), o fogo das lâmpadas (Ex 27:20; Lv 24:2-4), a oferta de incenso (Ex 30:8), a mediação diária/contínua do sumo sacerdote, representada por vestiduras especiais (Ex 28:29, 30, 38); e a oferta regular de grãos do sumo sacerdote (Lv 6:20).
30 Para obter mais informações sobre o significado e a função do t¹mîd véase William H. Shea, “Dimensiones espaciales en la visión de Daniel 8,” in Holbrook, Simposio sobre Daniel, 521, 522; Ángel M. Rodríguez, “Significación del lenguaje ritual de Daniel 8:9-14,” in Holbrook, Simposio sobre Daniel, 540, 541; Hasel, “El ‘cuerno pequeño’, el santuario celestial y el tiempo del fin.”, 411-415, 428-432; Martin Pröbstle, “Truth and Terror: A Text-Oriented Analysis of Daniel 8:9-14” (Ph.D. dissertation, Andrews University, 2006), 206-232; Rodríguez, Fulgores de gloria, 52; Pfandl, Daniel vidente de Babilonia, 77, 78; Alomía, Daniel el profeta mesiánico, 279, 287; Merling Alomía, El año agradable de Jehová: Simbolismo y realidad de las fiestas del antiguo Israel (Lima, Perú: Ediciones Theológika, 2009), 152-162; Gane, Sin temor al juicio, 43, 44; Alberto R. Treiyer, El día de la expiación: Y la purificación del Santuario (Buenos Aires: ACES, 1988), 320-333; Gerhard F. Hasel, Redención divina hoy: Estudios sobre la doctrina del santuario (Lima, Perú: Ediciones SALT, 1981), 59, 60; Maxwell, El misterio del futuro revelado, 151-194.
31 Torreblanca, “Evaluación crítica de algunas ideas publicadas respecto a Da- niel 12”.
32 Pfandl, “Time Prophecies in Daniel 12”.
33 Ellen G. White, Educação (CPB, pág. 190).
34 Torreblanca, “Evaluación crítica de algunas ideas publicadas respecto a Da- niel 12.”
35 Ibíd., 181.
36 Pfandl, “Time Prophecies in Daniel 12”.; Torreblanca, “Evaluación crítica de algunas ideas publicadas respecto a Daniel 12.”, 175, 176.
37 Pfandl, “Time Prophecies in Daniel 12.”.
38 Torreblanca, “Evaluación crítica de algunas ideas publicadas respecto a Daniel 12”., 174, 175.
39 Rodriguez, “Daniel 12:5-13”.
40 Torreblanca, “Evaluación crítica de algunas ideas publicadas respecto a Daniel 12.”. Para Timm este feito “rompe o paralelismo profético literário do livro de Daniel”. Ver Timm, “The 1,290 and 1,335 Days of Daniel 12”, 2.
41 Rodriguez, “Daniel 12:5-13.”.; Torreblanca, “Evaluación crítica de algunas ideas publicadas respecto a Daniel 12”, 176.
42 Timm, “The 1,290 and 1,335 Days of Daniel 12”.
43 Para mais informações, ver Rodriguez, “Daniel 12:5-13.”. Pfandl, “Time Prophecies in Daniel 12.”, 3, 4.
44 Pfandl, “Time Prophecies in Daniel 12.”., 4; Rodriguez, “Daniel 12:5-13.”
45 Joel Turpo, “El Anticristo, los 1260 días y el rapto secreto: origen y desarrollo de la escuela futurista de interpretación profética y su impacto en la iglesia Adventista del Séptimo Día,” Theologika 28, no. 2 (2013).
46 Timm, “Los 1.290 y los 1.335 días de Daniel,” 9.
47 Ellen G. White, Primeiros escritos, (CPB, pág. 75).
48 Para mais informações, ver Timm, “Los 1.290 y los 1.335 días de Daniel.”.
49 Citado por ibíd.
50 Ellen G. White, Mensagens Escolhidas v. 1 (CPB, pág. 188).
51 Para mais informações, ver Turpo, “El Anticristo, los 1260 días y el rapto secreto.”.; Gullón, “An Investigation of Dispensational Premillennialism.”, 81, 82.
52 Kerbs menciona: “[…] Lutero estabelece o princípio de que o único fundamento da fé e da teologia são as escrituras. Não é possível conhecer Deus sem as escrituras. Seguindo nesse pensamento com Ockham, Lutero argumenta que o ser de Deus, tanto como Deus e a Trindade, só pode ser reconhecido com base nas Escrituras e sem as sutilezas escolásticas” (Raúl Kerbs, El problema de la identidad bíblica del cristianismo: Las presuposiciones filosóficas de la teología cristiana: desde los presocráticos al protestantismo (Lib. San Martín, Entre Ríos: Editorial Universidad Adventista del Plata, 2014), 570); Lints por sua vez declara: “Não é nenhum acidente que Lutero começou a apelar para as Escrituras à medida que a autoridade final em seus debates com a Igreja Católica Romana. Sua formação em exegese bíblica o convencer da prioridade das Escrituras sobre todas as autoridades da igreja e isso, por fim, o levou à rejeição do sistema de teologia herdado da tradição católica romana medieval” (Richard Lints, The Fabric of Theology: A Prolegomenon to Evangelical Theology (Grand Rapids, Mich.: Eerdmans, 1993), 149).
53 Turpo, “El Anticristo, los 1260 días y el rapto secreto.”.
54 George E. Ladd, The Blessed Hope: A Biblical Study of the Second Advent and the Rapture (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1984).
55 Turpo, “El Anticristo, los 1260 días y el rapto secreto”.
56 Ibíd., 275.
57 Norman Gulley, ¡Cristo viene!: un enfoque cristocéntrico de los eventos de los últimos días (Buenos Aires: ACES, 2003).
58 LaRondelle, Las profecías del fin, 33
59 Gulley, ¡Cristo viene!, 79.
60 Para obter mais informações sobre evidências que se opõem ao literalismo, ver Norman R. Gulley, Systematic theology: Prolegomena, vol. 1 (Berrien Springs, MI: Andrews University Press, 2003).
61 Dentro da Igreja Adventista do Sétimo Dia, George Mc Cready Price e Desmond Ford apoiaram essa perspectiva do duplo cumprimento, com uma proposta apotelesmática ou de múltiplos cumprimentos. Ver respectivamente: George M. Price, The Greatest of the Prophets: A New Commentary on the Book of Daniel (Mountain View, Calif.: Pacific Press Pub. Association, 1955), 30-31; Desmond. Ford, Daniel 8:14, the Day of Atonement, and the Investigative Judgment (Casselberry, Fla.: Euangelion Press, 1980), 294-326; Ford, Daniel, 49-50.
62 Gullón, “An Investigation of Dispensational Premillennialism.”.
63 Henry Drumond, Dialogues on Prophecy, 1:377; Citado por ibíd., 92, 93.
64 Para obter mais informações, ver Roberto Ouro, “The Apotelesmatic Principle: Origin and Application,” Journal of the Adventist Theological Society 9, 1-2 (1998).
65 Ibíd., 336.
66 Para uma concepção hebraica sobre o tempo, ver Barr, The Semantics of Biblical Language., 10, 11; Joel R. Turpo, “Ética, liderazgo y cosmovisión bíblica frente a la cosmovisión naturalista,” Apuntes Universitarios 2, no. 2 (2012): 98.