Data marcada para o despontar de um movimento

É bem conhecida entre nós a história do fazendeiro que, ao cruzar um largo campo em companhia de um amigo, na manhã seguinte à do dia 22 de outubro de 1844, obteve luz sobre o mistério do Grande Desapontamento. Seu nome também é bem conhecido: Hiram Edson. Até hoje predomina entre nós a idéia de que aquela experiência foi uma revelação post factum, o que significa que a visão de Jesus entrando no Santíssimo serviu apenas ao propósito de explicar o que de fato ocorrera no dia anterior. Mas, na verdade, temos boas razões para acreditar que, naquele êxtase, Hiram Edson tenha testemunhado o momento exato em que o grandioso acontecimento teve lugar. Em outras palavras, sua visão teria sido real-time (em tempo real). Parte da evidência que nos leva a essa conclusão pode ser extraída de uma análise sobre a data correta do Dia da Expiação em 1844.

21-22 ou 22-23 de outubro? 

Diz Ellen G. White, em O Grande Conflito; “O décimo dia do sétimo mês, o grande dia da expiação, tempo da purificação do santuário, que no ano 1844 caía no dia vinte e dois de outubro, foi considerado como o tempo da vinda do Senhor1 [grifo nosso]

Ellen G. White afirma que em 1844 o décimo dia do sétimo mês judaico caiu em 22 de outubro.2 Mas, tendo em vista que o dia bíblico vai de pôr-do-sol a pôr-do-sol, isso quer dizer 21-22 ou 22-23 de outubro?

LeRoy E. Froom sustenta que, em Boston, o décimo dia do sétimo mês judaico em 1844 se estendeu do pôr-do-sol do dia 21 ao pôr-do-sol do dia 22 de outubro.

Para que isso fosse verdade, o primeiro crescente lunar deveria ter sido observado ao pôr-do-sol do dia 12 de outubro. No Calendário ludaico, os meses começavam assim que a borda da lua nova (primeiro crescente) se tornasse visível à hora do pôr-do-sol.

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Ocorre que, naquela ocasião, a altitude da Lua era de apenas Io 05′ 54″ acima do horizonte, como pode ser demonstrado na Figura 2.

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Em maio de 1989, Robert C. Victor bateu o recorde de observação do primeiro crescente: a Lua, observada por ele, estava a 7o 10′ 17″ acima do horizonte, uma das mais baixas já detectadas até hoje.4 Ressalta-se, porém, que Robert C. Victor contava com a ajuda de binóculos. Isso mostra que a posição sustentada por Froom é astronomicamente impossível.

Já no pôr-do-sol do dia seguinte, em 13 de outubro, a altitude da Lua era de 9o 47′ 00″. Embora ela não estivesse a uma grande altitude, sua distância em relação ao Sol era considerável, permitindo sua visibilidade. 5

As figuras 2, 3 e 4 foram geradas pelo programa “Redshift 2” 6. A Figura 5 foi extraída da edição de setembro de 1989 da conceituada revista de Astronomia Sky & Telescope. Cada círculo fechado representa um crescente lunar que pôde ser visto e cada círculo aberto indica um crescente lunar que foi procurado, mas não foi visto. A linha no meio do gráfico procura dividir, aproximadamente, os casos que foram bem-sucedidos dos que não o foram. A seta indica o crescente lunar de 13 de outubro.

Isso significa que o décimo dia do sétimo mês real em 1844 caiu em 22-23 de outubro. Os jornais milleritas comprovam que esse foi o entendimento na época. Por exemplo, na edição de 19 de outubro, o TheMidnight Cry trouxe a proclamação: “Eis que Ele vem! No décimo dia do sétimo mês, que corresponde a 22 ou 23 de outubro.” E, no mesmo periódico, poucos dias antes, tinha sido publicado que “o aniversário do dia da expiação seria em 23 de outubro”.7 

Mas, se o dia correto foi 22-23 de outubro, por que Ellen G. White se refere apenas ao dia 22, sendo que a maior parte do Dia da Expiação estaria dentro do dia 23, tendo em vista que o dia bíblico começa e termina ao pôr-do-sol? Deixemos que M. L. Andreasen, autor de O Ritual do Santuário, esclareça a situação:

F6

“Embora em Jerusalém 10 de Tishri estivesse mais na data de 23 de outubro, o mesmo período de tempo caiu mais em 22 de outubro na América.

“Quando o décimo dia começou em Jerusalém, ao pôr-do-sol, os relógios em Boston registravam 10:15 A.M., em 22 de outubro; em Cincinnati, a hora era 9:22, e em Chicago, 9:08 A.M. Era, então, a hora de procurar o evento esperado a ocorrer no fim dos 2.300 anos. […]

“O período de 2.300 anos começou com um evento na Palestina, num dia limitado por dois [eventos de] pôr-do-sol lá, não por dois [eventos de] pôr-do-sol na América. O meio da 70a semana, quando o sacrifício e a oblação deviam cessar, foi um dia que também começou com um pôr-do-sol em Jerusalém, não um pôr-do-sol na desconhecida Boston. Da mesma forma, o fim dos 2.300 anos foi necessariamente um dia começando com um pôr-do-sol em Jerusalém. Não poderia findar antes do pôr-do-sol, ou 10:15 A.M., em Boston no [dia] 23 de outubro.” 8 [tradução nossa] 

Em outras palavras, o décimo dia do sétimo mês se estendeu do pôr-do-sol do dia 22 ao pôr-do-sol do dia 23 em Jerusalém, o que correspondeu ao período compreendido entre 10:15 da manhã do dia 22 às 10:15 da manhã do dia 23 em Boston. 9 Isso significa que Hiram Edson ainda estava nas últimas horas do Dia da Expiação quando teve sua experiência na manhã do dia 23. Na verdade, o começo da manhã (7h) em Port Gibson, Nova Iorque, onde Edson vivia, equivalia à hora do sacrifício da tarde (15h) em Jerusalém.

Precisão do esquema profético

Atualmente, modernos programas de Astronomia e de Calendários para computador nos auxiliam a averiguar a precisão do esquema profético. Quando é dado ao excelente programa de astronomia Redshift 2 para que retroceda exatos 2.300 anos desde as 15h de 23 de outubro de 1844, ateia do computador exibe, como resultado, o céu de Jerusalém às 15h do dia 29 de outubro de 457 a.C, que foi a hora do sacrifício da tarde do Dia da Expiação naquele ano. Apenas esse fato já é muito impressionante! Mas, quando vamos além e clicamos para que o programa avance 486,5 anos – referentes às 69,5 semanas que conduzem até o tempo em que se faria “cessar o sacrifício e a oferta de manjares” (Dn 9:27) – o monitor exibe o céu da noite do dia 26 de abril de 31 d.C. Lembrando que o dia bíblico começa e termina ao pôr-do-sol, chegamos, na verdade, ao dia 26-27 de abril; e o dia 27 de abril foi, de fato, uma sexta-feira, o dia da crucifixão!

Sabemos que esse foi realmente o dia da crucifixão porque 27 de abril de 31 d.C. foi também o dia 15 do primeiro mês judaico, quando, de acordo com os evangelistas, Jesus morreu. 10 O meio da septuagésima semana caiu na noite de 26 de abril porque foi naquela noite que Jesus celebrou Sua última Páscoa com os discípulos, instituiu a Santa Ceia como memorial de Sua morte e tomou sobre Si os pecados da raça humana no horto do Getsêmani. Foi naquela noite que Jesus declarou: “É chegada a hora” (Jo 17:1). Ele sabia que o tempo profético havia expirado ali.

Temos, pois, a maior parte dos pontos de início, de meio e de fim dos períodos proféticos de Daniel 8 e 9 identificados em termos de dias, meses e anos.

Uma explanação mais ampla e minuciosa de todo o assunto pode ser encontrada no site www.concertoeterno.com ou no livro Chronological Studies Related to Daniel 8:14 and 9:24-27, de Juarez Rodrigues de Oliveira, publicado em 2004 pelo UNASP. Uma abordagem ainda mais aprofundada do mesmo assunto está disponível no livro A Astronomia e a Glória do Adventismo – Um Estudo Sobre a Precisão do Cálculo Profético de Daniel 8:14 e 9:24-27, publicado pela Sociedade Criacionista Brasileira (SCB).

A experiência de Hiram Edson

Como disse Ellen G. White, “nesse cálculo, tudo [é] claro e harmonioso” e surpreendentemente preciso. “Todas as especificações precedentes da profecia se cumpriram, inquestionavelmente, no tempo designado.” Assim, “ficara demonstrado que esses dias proféticos terminariam no outono de 1844” “Negar que os dias terminaram naquele tempo equivalia a envolver em confusão todo o assunto e renunciar a posições que tinham sido estabelecidas por insofismáveis cumprimentos de profecia.” Diante disso, o Desapontamento parecia um “mistério” difícil de elucidar.11

Foi então que, na manhã de 23 de outubro, Hiram Edson teve a experiência que C. Mervyn Maxwell chamou de “um dos mais dramáticos momentos da história terrestre”12. Deixemos que o próprio Edson narre o que lhe aconteceu:

“Nossas expectativas eram muito grandes, e assim estivemos esperando a vinda de nosso Senhor até que o relógio soou às 12 batidas da meia-noite. O dia havia acabado e nosso desapontamento se transformou em certeza. Nossas esperanças e expectativas mais queridas ficaram em pedaços, e veio sobre nós um desejo de chorar como nunca antes havíamos experimentado. Parecia que não podia ser comparado nem sequer com a perda de todos os amigos terrenos. Choramos e choramos até o amanhecer. […]

“Comecei a sentir que deveria haver luz e ajuda em nossa angústia presente. Eu disse a alguns irmãos: ‘Vamos ao galpão’. Entramos no celeiro, fechamos as portas e nos inclinamos diante do Senhor. Oramos fervorosamente porque sentíamos nossa necessidade. Continuamos em oração até que o Espírito nos deu testemunho de que nossa oração havia sido aceita, que nos proporcionaria luz, que nosso desapontamento seria explicado, de tal modo que Sua causa ficaria clara e satisfatoriamente esclarecida. Depois do desjejum, eu disse a um de meus irmãos: ‘Vamos visitar e animar alguns de nossos irmãos.’ Nós fomos, e, enquanto cruzávamos um extenso campo, eu fui detido aproximadamente na metade do campo. O céu pareceu abrir-se diante de mim, e vi distinta e claramente que, em vez de nosso Sumo Sacerdote ter saído do Santíssimo do Santuário celestial para vir à Terra no décimo dia do sétimo mês, no término dos 2.300 dias, neste dia Ele havia entrado pela primeira vez no segundo compartimento desse santuário, e que Ele teria uma obra a fazer no Lugar Santíssimo antes de vir à Terra. Nesta data, Ele havia entrado nas bodas; em outras palavras, diante do Ancião de Dias, a fim de receber o reino, domínio e glória; e que nós devemos esperar por Seu retorno das bodas. Minha mente foi dirigida para o capítulo 10 de Apocalipse, onde eu pude ver que a visão havia falado e não mentira; o sétimo anjo havia começado a fazer soar sua trombeta; nós tínhamos comido o livrinho; tinha sido doce em nossa boca, e agora tinha se tornado amargo no estômago, amargando todo o nosso ser. Que nós devemos profetizar outra vez, etc, e que, quando o sétimo anjo começou a tocar, o templo de Deus foi aberto no Céu, e lá foi vista em Seu templo a arca de Seu testamento, etc

“Enquanto eu me encontrava parado no meio do campo, meu companheiro havia seguido caminhando quase para além do alcance da voz, antes de perceber que eu não o acompanhava. Quando me perguntou por que me havia detido por tanto tempo, eu respondi: ‘O Senhor estava respondendo a nossa oração matutina, dando-nos luz sobre o desapontamento.” 13  [tradução e grifo nossos]

Que experiência maravilhosa! Ao mesmo tempo em que o cômputo das 2.300 tardes e manhãs chegava ao fim, Hiram Edson recebia nova luz dos Céus, luz essa que foi como o despontar do Sol de um novo movimento.

Alguns de nossos irmãos se sentem desconfortáveis em atribuir à experiência de Hiram Edson a denominação de “visão”. Preferem afirmar que ele teria recebido uma iluminação do Espírito ou que lhe tenha ocorrido um pensamento forte. Mas, não há razões para que o termo “visão” seja evitado.

Em cada um dos pontos proféticos determinados em Daniel 9:24-27, ocorreram manifestações sobrenaturais: 1) no batismo de Jesus, ao término das 69 semanas, “o céu se abriu, e o Espírito Santo desceu sobre Ele em forma corpórea como pomba; e ouviu-se uma voz do Céu: Tu és o Meu Filho, em Ti Me comprazo.” (Lc 3:21, 22); 2) também na morte de Cristo, no meio da septu-agésima semana, “houve trevas sobre toda a Terra”, “desde a hora sexta até a hora nona”, “o véu do santuário se rasgou em duas partes, de alto a baixo” e ocorreu um grande tremor de terra, em razão do que “fen-deram-se as rochas” e “abriram-se os sepulcros” (Mt 27:45, 51, 52); e, 3) no término das 70 semanas, Estêvão – cujo rosto, na ocasião de seu julgamento, pareceu aos membros do Sinédrio como o de um anjo – diz ter visto “os céus abertos e o Filho do homem em pé à destra de Deus” (At 6:15; e 7:55, 56). Seria muito de admirar, portanto, que o mesmo fenômeno dos céus abertos fosse testemunhado ao fim das 2.300 tardes e manhãs?

Em todo caso, o que realmente importa é que, no dia 23 de outubro, por volta das 7h da manhã, 15h em Jerusalém, no término matemático das 2.300 tardes e manhãs, Hiram Edson entendeu que o Santuário a ser purificado não era o da Terra, mas o do Céu; que Jesus entrara no Santíssimo para completar a obra de graça em favor de Seu povo; que naquele dia começara o Grande Juízo de Investigação da Casa de Deus, retratado em Daniel 7:9,10 e 13, e tipificado em Levítico 16; que então começara o período da sétima trombeta de Apocalipse 11:15-19; e que os fiéis tinham nova tarefa a desempenhar: anunciar toda essa preciosa mensagem a “muitos povos, nações, línguas e reis” (Ap 10:11).

Portanto, foi naquele campo que teve início a obra especial para este tempo, obra essa de que nós hoje estamos incumbidos. Temos um mundo a evangelizar, almas a salvar, um povo a preparar. É por isso que 22-23 de outubro é uma data digna de recordação, não como a data do fracasso, como freqüentemente tem sido lembrada, mas como do despontar de um movimento profético. É o início de um caminho cuja linha de chegada está cada vez mais próxima de nós.

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Referências

1. Ellen G. White, 0 grande Conflito,36″ ed. (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1988), p. 400.

2. Diferentemente, o Calendário Rabínicositua o décimo dia do sétimo mês em 23 de setembro no caso de 1844. Entretanto, esse calendário não se harmoniza com aquele que era praticado pelos judeus dos tempos bíblicos. Como o Calendário Rabínico é um sistema fechado, pré-ordenado, podemos averiguar sua inconsistência com o antigo Calendário Judaico retrocedendo-o no tempo e cruzando suas datas com aquelas fornecidas por fontes históricas da Antigüidade. Tal inconsistência decorre do fato de o Calendário Rabínico não ser uma continuidade perfeita do Calendário Judeu dos tempos de Esdras ou de Cristo, tendo sido estabelecido em 358 d.C Informações provenientes de tabletes babilónicos e também a morte de Cristo em abril do ano 31 d.C, no meio da septuagésima semana, asseguram que o término das 2.300 tardes e manhãs deve ter sido em outubro, não em setembro. Para uma análise mais detalhada do assunto, consultar oartigo”23 de Setembro ou 22 de Outubro? Uma Nova Abordagem à Luz da Astronomia”, na edição do 10 semestre de 2007 da Revista Parousia, do Seminário Adventista Latino-Americano. Para adquirir a revista: (19) 3858-9022. 

3. LeRoy E. Froom, The Piophetk Taiti) ofOtii Tatheis: TheHistoikal Development ofPiophetk Inteipietotion (Washington, DC: Review and Herald), 4:792. 

4. Sky & Telescope, setembro de 1989,322 e 323. A Sky & Telescope é uma das mais famosas revistas de Astronomia do mundo. Website da revista: www.skyandtelescope.com

5.0 azimute do Sol era de 261° 4’57” e o da Lua, de 241° 11’40” sendo a diferença azimutal, portanto, de 19° 53′ 17″. Em termos simples, azimute é a distância em graus, medida sobre o plano do horizonte, entre um corpo celeste e o ponto cardeal norte. Difeiença azimutal entre o Sol e a Lua é a medida da separação existente entre esses dois corpos na esfera celeste.

6. Maris Multimedia, Ltd., Redshift 2.0, compatível com Windows 3.1,95 ou mais avançado, Macintosh e Power Macintosh.

7. “Nós estamos, portanto, fechados nessa posição, de que com a lua nova de outubro começa o sétimo mês, e que o aniversário do dia da expiação será em 23 de outubro.” The Midnight üy, 12 de outubro de 1844. [tradução nossa]

8. M. L. Andreasen, Tht2300PiophetkDaysofDanielS:i4,f. 2.

9.0 atual sistema de fusos horários, dividindo o mundo em 24zonas de 15° cada, segundo o qual todas as localidades existentes dentro de um mesmo fuso seguem a mesma hora, só foi proposto em 1878 e aceito internacionalmente depois de 1884.

10. Comparar Êxodo 12:6 com Marcos 12:14 e Lucas 22:7.0 cordeiro pascal era sacrificado na tarde de 14de Nisan e comido com pães asmos e ervas amargas nas primeiras horas do dia 15. Jesus celebrou a ceia pascal com os discípulos na noite de quinta-feira, já nas horas da sexta-feira bíblica, significando que aquele era o dia 15 de Nisan. Uma ampla discussão sobre a data judaica da crucifixão pode ser encontrada em Chio-nologkal Studies Related to Daniel 8:14 and 9:24-27, de Juarez Rodrigues de Oliveira. Ellen G. White define o assunto ao declarar: “no dia em que a Páscoa era comida [15 de Nisan] Ele devia ser sacrificado” [0 Desejado de Todas as nações, p. 642).

11. Ellen G. White, 0 Grande Conflito,p. 409,410 e 423.

12. Mervyn C. Maxwell, História do Adventismo (Santo André, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1982), p. 50.

13. James R. Nix, The Life and WoiksofHiiam íóson, Heritage Room – A Se-venth-day Adventist Archive (Berrien Springs, Ml: Andrews University, 1971), p. 134-136. [Monografia não publicada.]