Era uma manhã fria. Decidimos ficar em casa para desfrutar aquele feriado em família. Enquanto nos entretínhamos brincando com os filhos, um deles se aproximou e me perguntou: “Papai, o que uma pessoa precisa ter para ser um pastor?”
Não me recordo exatamente do que respondi a ele, mas essa questão permaneceu em minha mente durante muito tempo. O que jamais imaginei naquela ocasião, foi que algum dia, como secretário ministerial, eu deveria saber responder aquela pergunta.
Tenho lido e estudado sobre o assunto. Atualmente, não tenho dúvida de que a melhor resposta é simples, porém profunda. “O que se requer de uma pessoa para ser pastor?” Paixão! Eis a resposta. Hoje, mais do que nunca, a igreja necessita do pastor “com paixão”.
Sim. Pastor com paixão. Apaixonado por Deus, apaixonado por sua família, apaixonado pela igreja, apaixonado pelas pessoas.
Um pastor apaixonado por Cristo certamente terá compaixão daqueles que necessitam de um Salvador. As pessoas não querem apenas doutrina ou uma simples religião, elas querem ver Deus na pessoa do pastor; querem ver Deus na familia e na igreja do pastor. Essa ordem dos fatores não pode ser alterada. Primeiro Deus, depois paixão pela família, e então pela igreja, para que as pessoas possam conhecer o Deus que representamos.
As pessoas precisam ver no pastor um caráter verdadeiramente semelhante ao de Cristo. Ellen White disse: “Não é tanto a religião do púlpito quanto a da família que revela nosso verdadeiro caráter. A esposa do pastor, seus filhos e os que estão empregados como auxiliares em sua família são o juiz mais bem qualificado de sua vida religiosa. Um homem bom será uma bênção em sua casa. Esposa, filhos e empregados serão o melhor para sua religião” (O Lar Adventista, p. 354).
Por isso, “coisa alguma pode desculpar o pastor de negligenciar o círculo interior, pelo mais amplo círculo externo. O bem-estar espiritual de sua família vem em primeiro lugar. No dia do final ajuste de contas, Deus há de perguntar que fez ele para atrair para Cristo aqueles que tomou a responsabilidade de trazer ao mundo. O grande bem, feito a outros, não pode cancelar o débito que ele tem para com Deus, quanto a cuidar dos próprios filhos” (Obreiros Evangélicos, p. 204).
Se deseja ser bem-sucedido em seu ministério, o pastor precisa “mostrar em sua família consideração bondosa, ternura, amor, gentileza, nobre paciência e verdadeira cortesia apropriados a um líder de família, antes de ter êxito em ganhar almas para Cristo” (Testemunhos para a Igreja, v. 3, p. 556). Alguns ministros não compreendem que “aquele que fracassa em ser um pastor fiel e zeloso no lar, certamente fracassará em ser um fiel pastor do rebanho do Senhor na igreja” (Manuscript Releases, v. 6, p. 49).
Portanto, lembre-se de que o pastor precisa ter “paixão pelas almas”. Contudo, para que seja autêntica, essa paixão deve seguir uma ordem de prioridades: paixão por Deus, paixão pela família, paixão pela igreja, e então, somente então, ele poderá ter paixão sincera pelas pessoas.