Não lave as mãos

Organismos de saúde envolvidos na prevenção da gripe A e outras doenças transmitem a mensagem: Lavem as mãos permanentemente. Conforme os bons costumes e os evangelhos, é indispensável comer tendo mãos limpas. Considerando que a maior contaminação é a interior, necessitamos de mãos limpas a fim de cumprir o sagrado encargo recebido.

Porém, há um aspecto simbólico relacionado à lavagem das mãos, cujo maior protagonista foi Pôncio Pilatos. Contemporâneo de Jesus, Pilatos foi nomeado para representar Roma, dirigindo Samaria, Judeia e Idumeia, vivendo num luxuoso palácio construído por Herodes na costa mediterrânea. Sua falta de valor foi demonstrada ao julgar Jesus, em quem percebeu a verdade, e não teve coragem para fazer o que devia ser feito. Ao lavar as mãos, desperdiçou a grande oportunidade de sua vida e tristemente patenteou a expressão “lavar as mãos” como símbolo de falta de compromisso, determinação e coragem.

Vivemos num tempo em que muitos lavam as mãos diante de situações e tarefas que exigem ação, desqualificando-se desse modo a criticar Pilatos. Lavamos as mãos quando nos movemos lentamente, desprovidos do sentido de urgência em direção ao Lar. Lavamos as mãos quando deixamos que milhares continuem avançando no erro, sem que nos mobilizemos a resgatá-los. Lavamos as mãos quando pastoreamos negligentemente a família e a igreja.

As seguintes sugestões ajudarão a nos mantermos longe da prática da omissão, sem lavarmos as mãos, no momento certo de agir:

  • Não franqueie o púlpito a um pregador desconhecido nem à apresentação de qualquer tema. Organize um calendário de pregação que inclua sermões cristocêntricos, bíblicos e doutrinários.
  • Não negligencie a liderança e coordenação dos pequenos grupos, e dirija um deles. Reúna-se mensalmente com seus líderes de pequenos grupos.
  • Dê estudos bíblicos a seus próprios interessados, acompanhando algum irmão, dirigindo uma classe bíblica, fazendo uma campanha evangelística de dois meses ou uma semana de colheita.
  • Pastoreie as ovelhas. Cuide delas, visite-as, busque-as, alimente-as e as conduza.
  • Dirija suas comissões jamais perdendo o foco principal de todas as atividades da igreja: cumprimento da missão e crescimento eclesiástico. Além de todas as necessidades locais e regionais, o único problema da igreja é que Cristo ainda não voltou. Orar e trabalhar tendo isso em mente é nosso trabalho.
  • Não lave as mãos pelos que deixaram a igreja. Organize um plano para resgatá-los.
  • Não lave as mãos deixando que o próximo pastor enfrente os problemas difíceis, diante dos quais você sabe o que deve fazer.
  • Não lave as mãos pensando que seu conhecimento, suas ideias, experiência e opinião pessoal o habilitam a desprezar o programa da Igreja. Aproveite uma estratégia de conjunto que integra todas as áreas, otimiza recursos, alivia a carga, facilita o trabalho, possibilita impacto e multiplica resultados – uma estratégia que economiza tempo e energia, abate o individualismo e alinha todos em oração e ação para o cumprimento da missão. Depois de tudo, você pode adicionar certo sabor pessoal e local ao programa, lembrando que suas ideias já foram integradas ao plano geral.

Sempre acreditamos que, em algum dia, voltaremos aos tempos primitivos da igreja, saindo da rotina e fazendo acontecer sinais e prodígios. Por que não agora, conosco? Vamos aceitar com alegria nosso privilégio e, com seriedade, nossa urgente responsabilidade. Não lavemos as mãos! Assumamos nosso compromisso com a missão da igreja, orando, pregando, visitando, treinando, discipulando e mobilizando. Sejamos testemunhas e participantes dos grandes eventos de conversões milagrosas; sejamos protagonistas da forte e definitiva pregação da tríplice mensagem angélica.