Questão de atitude

A caso, você já notou que, às vezes, sua atitude varia de um dia para outro? Em grande medida, nossa atitude mental determina nosso êxito ou fracasso. Deus criou o cérebro com capacidade para se aperfeiçoar em função, habilidade e atitude, por meio de uso e exercício. Assim, ele se renova constantemente de acordo com o que lemos, pensamos, sentimos e esperamos.

Ao nos depararmos com as montanhas da vida, a atitude pode ser mais importante que os fatos. Quando alimentamos atitude negativa, gastamos muita energia tentando superar pequenas questões, e acabamos despreparados quando necessitamos de atitude mental vigorosa para escalar os picos das dificuldades.

Mentalidade fixa = resultados fixos

A psicóloga Carol Dweck analisou o que ela mesma nomeou de “mentalidade fixa” e “mentalidade em crescimento”. 1 A mentalidade fixa acredita que características como inteligência, habilidade, personalidade e competência são inatas e imutáveis. Possuidores dessa mentalidade crêem que “trabalhar” por aperfeiçoamento indica uma falta básica de inteligência ou de habilidade. Tendem a ver a si mesmos como ativos ou passivos, fortes ou fracos, vencedores ou perdedores.

Essas pessoas escolherão resolver problemas fáceis, em vez dos difíceis, para mostrar a si mesmas que são competentes. Por causa dessa necessidade de ser ativas, em vez de “se tornar  ativas”, elas tendem a evitar desafios, desistem facilmente diante dos obstáculos, ignoram críticas e se sentem ameaçadas pelas outras pessoas.

O sociólogo Benjamin Barber concluiu: “Não divido o mundo entre fracos e fortes, bem-sucedidos e fracassados… Divido o mundo entre aprendizes e não aprendizes.”2 Pode-se ter mentalidade fixa em algumas áreas, mas não em outras. A boa notícia é que esse tipo de mentalidade pode ser transformado.

Mentalidade em crescimento = resultados crescentes

A mentalidade em crescimento crê que, embora possamos ser diferentes em atitudes básicas, interesses e temperamentos, todo mundo pode mudar, crescer e se aperfeiçoar.

Pessoas com essa mentalidade têm paixão pelo crescimento, embora cometam erros no enfrentamento dos desafios. Elas podem não ser ativas, mas estão interessadas em se tornar ativas. Tendem a aceitar os desafios e persistir em vencê-los apesar dos obstáculos; aprendem com as críticas e consideram inspirador o sucesso de outros. São capazes de recomeçar, quando são abatidas pelas dificuldades, e tendem a ser mais perdoadoras.

Mude sua mentalidade

Ao ser libertado, Victor Frankl, psiquiatra judeu preso em Auschwitz durante a Segunda Guerra Mundial, disse: “Tudo pode ser tirado de um homem, menos uma coisa: a última das liberdades humanas – a de escolher sua atitude em qualquer situação ou circunstância.”3 Escolher uma nova forma de pensar é como mudar qualquer outro hábito, ou seja, requer prática, perseverança e paciência.

Você tende a ser negativista? Não se aflija. O psiquiatra John Ratey afirma o seguinte: “Não somos prisioneiros de nossos genes nem de nosso ambiente. Pobreza, alienação, drogas, desequilíbrio hormonal e depressão não determinam fracasso. Riqueza, vegetais e exercício não garantem sucesso… Os genes estabelecem limites para o comportamento humano, mas dentro desses limites há muitíssimo espaço para variações determinadas pela experiência, escolha pessoal, e pelas oportunidades… Sempre temos a capacidade de remodelar nosso cérebro.”4

Então, primeiramente, aprenda a identificar o pensamento fixo. Depois, determine substitui-lo pela mentalidade em crescimento. Finalmente, procure direção e poder na Palavra de Deus. Cristo disse: “Aprendam de Mim” (Mt 11:29). Com Ele, é possível aprender novas e melhores maneiras de viver e pensar. Pratique uma nova atitude; isso ajudará você a conquistar maiores alturas, diante dos desafios da vida. E contagiará outras pessoas ao seu redor, inclusive os membros de sua igreja.

Referências:

1 Carol Dweck, Mindset: The New Psychology of Success (Nova York: Random House, 2006).

2 Ibid. p. 16.

3 Victor Frankl, Man’s Search for Meaning (Boston: Beacon Press, 2006), p. 66.

4 John Ratey, A User’s Guide to the Brain (Nova York: Vintage Books, 2002), p. 17, 32, 36.