7 de outubro de 2020

A Missão

A Missão

A Missão do Povo da Esperança

A Igreja Remanescente e as Três Mensagens Angélicas

Pr. Adolfo Suárez

 

Introdução

Meu querido irmão e minha querida irmã. Uma saudação especial para você que está me acompanhando neste momento. Este é o quarto sermão da série “Esperança para o Tempo do Fim”. São oito sermões para tratar de temas diretamente relacionados ao Povo da Esperança, a Igreja Adventista do Sétimo Dia: Sua origem, identidade, desafios e missão. Queremos que sua fé seja fortalecida, sua esperança seja aquecida, e em seu coração se manifeste um forte desejo de envolver-se ativamente na pregação do Evangelho. Afinal, Cristo está voltando, e precisamos nos preparar e preparar todas as pessoas para nos encontrarmos com o Senhor.

E falando de preparar as pessoas, você sabe qual é a declaração de missão da Igreja Adventista do Sétimo dia? É esta:

A missão da Igreja Adventista do Sétimo Dia é proclamar a todos os povos o Evangelho eterno no contexto das três mensagens angélicas de Apocalipse 14:6-12, levando-os a aceitar a Jesus como Salvador pessoal e unir-se à Sua Igreja, e ajudando-os a se prepararem para o Seu breve retorno.

Em nossa declaração de missão se destaca a proclamação das três mensagens angélicas. É disso que eu quero falar hoje.

O que são as três mensagens angélicas? As mensagens dos três anjos trazem novas e inéditas responsabilidades ao povo de Deus. Elas anunciam que o povo de Deus “não deve apenas pregar a conversão e a obediência, mas também a volta do Senhor e a diferença entre obedecer a lei Deus e a lei dos homens (estes personificados pela falsa religião e o Estado). [Podemos dizer que] as três mensagens são equivalentes à mensagem primitiva do dilúvio. Na época de Noé, os que quisessem se salvar, deveriam se abrigar na Arca. No entanto, o mundo zombou de Noé e sua família, e todos se perderam. As três mensagens falam da preparação que os filhos de Deus devem ter para estarem de pé na volta do Senhor. Não dar atenção a elas equivale a rejeitar os fundamentos do evangelho e acabar se perdendo para sempre”.[1]

A primeira mensagem angélica

Vamos ler a mensagem do primeiro anjo em Apocalipse 14:6 e 7:

“Vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que habitam na terra, e a cada nação, tribo, língua e povo, dizendo com voz forte: Temam a Deus e deem glória a ele, pois é chegada a hora em que ele vai julgar. E adorem aquele que fez o céu, a terra, o mar e as fontes das águas”.

Para que o significado desta primeira mensagem fique completamente claro pra você, eu vou responder a cinco perguntas.

(1) O que o primeiro anjo simboliza?

O primeiro anjo é um movimento religioso; é o remanescente de Deus conduzindo o evangelho eterno ao mundo. “O anjo simboliza os santos de Deus envolvidos na tarefa de proclamar o evangelho eterno, especialmente as verdades mencionadas neste versículo, num momento em que a hora do juízo é chegada (v. 7)”.[2]

Note que o anjo é retratado como “voando pelo meio do céu”. Essa imensa região de voo revela a extensão global do trabalho e da mensagem do anjo. Isso significa que “obra cresce e se desenvolve até ser vista e ouvida por toda a humanidade”.[3] Sim, todas as pessoas na face da Terra deverão ouvir o evangelho eterno.

Observe também que “as mensagens do primeiro e do terceiro anjo são proclamadas em ‘grande voz’ (v. 9). Isto indica que a mensagem será proclamada de modo que todos ouçam. A expressão também enfatiza a importância da mensagem”.[4]

(2) O que é esse evangelho?

São as mesmas boas-novas do infinito amor de Deus que os antigos profetas e os apóstolos proclamaram (Hb 4:2). Devemos observar que “somente aqui a palavra ‘eterno’ é usada como adjetivo do evangelho da graça divina. [Isso significa que] só há um evangelho para a salvação dos seres humanos. Ele continua enquanto há pessoas para ser salvas”.[5]

Irmãos, permitam-me uma breve reflexão: Podemos criar métodos, podemos buscar técnicas, podemos encontrar novas estratégias, mas o evangelho deve ser o mesmo; somente há um evangelho a ser pregado; ele é “eterno”. Por isso, não permitamos que o nosso desejo de inovar e criar, que a nossa vontade de querer alcançar grupos específicos de pessoas, que o nosso ímpeto de desbravar novas fronteiras, nos levem a querer inventar uma nova mensagem, um novo evangelho, um novo “conteúdo”, mais legal, mais palatável, mais “atual”, mais “relevante”. Isso seria uma tragédia!

Novas abordagens sim; novo conteúdo, nunca! Que Deus nos dê a graça de continuarmos pregando o “evangelho eterno”.

(3) Qual o propósito da primeira mensagem?

O propósito é chamar o mundo ao arrependimento. E para isso diz: “temam a Deus”. João usa a palavra grega phobeo, usada aqui não no sentido de ter medo de Deus, mas de se achegar a Ele com reverência e respeito. Comunica a ideia de lealdade absoluta ao Senhor, de rendição total à Sua vontade”.[6] Se o tom da pregação é para “temer a Deus e dar-lhe glória”, é porque as pessoas nem temem a Deus e nem lhe O glorificam! E por isso devem arrepender-se.

O apelo para temer a Deus é feito na hora crucial, quando as pessoas estão ado­rando os deuses do materialismo, do prazer e muitos outros criados por elas mesmas.[7]

(4) Qual a convocação que é feita?

A convocação é simples e direta: Todos devem adorar ao Criador.

A adoração não tem como objetivo agradar a mim, a congregação, as crianças, os adolescentes, os jovens, os adultos, os anciões. Não! A adoração tem o objetivo de agradar, cultuar, reverenciar a Deus. A igreja remanescente precisa adorar a Deus, e não a seus gostos e preferências. Adorar a Deus no culto, em casa, com a nossa maneira de viver.

Somos convocados a adorar a Deus como Criador; isso “significa que deve haver uma disposição de rejeitar falsas teorias quanto à origem da vida, inclusive a evolução. É impossível crer na evolução teísta ao assumir que Deus é o criador do céu, da Terra e de toda a vida que eles contêm. Defenda com firmeza a origem recente deste mundo e sua criação em seis dias consecutivos e literais”. [8]

(5) Para o quê é chamada a atenção?

É chamada a atenção para o quarto mandamento. Há um chamado do pri­meiro anjo de Apocalipse 14 para temer a Deus e dar-Lhe glória. Há também o apelo para a igreja cristã reagir favoravelmente ao sacrifício expiatório de Cristo com obediência amorosa aos mandamentos de Deus. O fato de o anjo enfatizar a adoração a Deus como Criador do céu e da Terra (v. 7) aponta inequivocamente para o negligen­ciado quarto mandamento da lei de Deus, o preceito do sábado do sétimo dia, que está em Êxodo 20:8-11. O propósito de o anjo pedir a restauração da verdadeira adoração é preparar os habitan­tes da Terra para a segunda vinda de Cristo.

Segunda mensagem angélica

Vamos ler a mensagem do segundo anjo:

“Seguiu-se outro anjo, o segundo, dizendo: Caiu! Caiu a grande Babilônia que fez com que todas as nações bebessem o vinho do furor da sua prostituição”. Apocalipse 14:8.

Analisemos a mensagem do segundo anjo.

Ele diz “Caiu, caiu”

(1) Quem cai?

Cai o protestantismo quando se afasta da pureza e simplicidade do evangelho eterno da justificação pela fé, que foi uma vez o poderoso motor propulsor da Reforma.

A característica teológica de Babilônia antiga é óbvia no AT: constituía o arqui-inimigo, tanto de Israel como do seu Deus da aliança. Ela oprimiu o povo de Deus, levou-o em cativeiro a Babilônia, blas­femou do Deus de Israel, e esmagou o templo de Deus sob os pés de Nabucodonosor até Belsazar. Babilônia manteve guerra, por­ tanto, em duas frentes: contra Yahweh, o Deus de Israel, e contra o Israel de Deus. O veredito divino de retribuição veio em resultado do mal que Babilônia praticou contra Sião (relatado em Jeremias 51:24) e contra o templo de Deus (v. 11). Babilônia era, pois, a antítese de Sião, o Israel de Deus. Considerando a relação teológica entre o Israel do passado e o povo de Deus do tempo do fim, o povo remanescente de Deus representa a consumação da histó­ria salvífica de Israel. Continua, portanto, a existir a mesma inimizade entre a Babilônia espiritual e o remanescente da nova aliança.

(2) Por que cai?

Cai porque se recusou a atender à mensagem do primeiro anjo: o Evangelho da Justificação pela Fé. Muitos dos protestantes da atualidade se desviaram das grandes verdades da Reforma; e não continuaram o processo de Reforma para resgatar a doutrina bíblica.

Assim como a antiga Babilônia inva­diu a terra de Israel, destruiu-lhe o templo e levou seu povo cativo, assim a Babilônia do tempo do fim ataca e escraviza a igreja de Cristo, blasfema do templo da nova aliança no Céu e substitui a divina intercessão de Cristo por um falso sistema de mediação e adoração (Ap 13, 17). Babilônia é o arqui-inimigo dos fiéis seguidores de Cristo (Ap 17:6).

A descrição simbólica de Babilônia, em Apocalipse 17, como a grande “meretriz” é uma linguagem pactual tomada de emprés­timo dos profetas do AT. Os profetas de Israel repetidas vezes haviam retratado o povo da aliança, ora em apostasia, como a “esposa” de Yahweh, que se tornara a maior “prostituta” da Terra na época deles. Israel não escaparia, portanto, a seu juízo: a ira pac­tual de Deus. A história da rainha Jezabel no Antigo Testamento e a crueldade com que governou sobre o reino setentrional de Israel constitui, de maneira específica, o modelo escolhido ou o tipo de apostasia que se desenvolveria dentro da igreja cristã no livro do Apocalipse. Essa é a mesma apostasia predita por Paulo em 2 Tessalonicenses. A igreja de Tiatira é acusada especificamente de tolerar “essa mulher, Jezabel” bem como seus ensinos errôneos e falsa adoração (Ap 2:20-23).

(3) Quando cai?

Quando se efetivar a aliança entre as várias organizações/denominações religiosas que rejeitaram a mensagem do primeiro Anjo. E qual foi a mensagem do primeiro anjo? As boas novas da salvação; chamado ao arrependimento; doração ao Criador; e Descanso sabático.

***

O anjo diz “Caiu! Caiu a grande Babilônia”

(1) Quem é a Babilônia?

É a grande aliança religiosa apóstata entre a Besta e sua imagem. Também se refere a todas as organizações/denominações religiosas apóstatas.

Há uma relação tipológica da Babilônia do tempo do fim com a Babilônia antiga na história de Israel.[9] Vemos isso em Isaías 21:9 e Jeremias 51:6, 7.

No idioma babilônico, o substantivo Babilu (Babel ou Babilônia) significa “porta dos deuses”. Mas, no hebraico, está associado de maneira depreciativa a balai, palavra que significa “confundir” (Gn 11:9).

Os governantes de Babilônia chamavam sua cidade de “porta dos deuses” porque acreditavam que era o lugar onde os deuses se rela­cionavam com os seres humanos, a fim de colocar ordem nas questões terrenas. Portanto, o nome parece refletir a reivindicação dos reis babilônios de que haviam sido chamados para governar o mundo por ordem divina.[10]

Desde o início, a cidade era símbolo da descrença no Deus ver­dadeiro e da rebelião contra Sua vontade (Gn 11:4-9). Sua torre era um monu­mento à apostasia, uma fortaleza de rebe­lião contra Deus. O profeta Isaías identifica Lúcifer como o rei invisível de Babilônia (Is 14:4, 12-14). Na verdade, Satanás tinha o plano de transformar Babilônia no centro e agente de seu plano mestre para assegurar o controle da raça humana, assim como Deus tinha o propósito de atuar por meio de Jerusalém (ver volume 4, p. 13-17). Por isso, ao longo do AT, as duas cidades tipificaram as forças do bem e do mal em ação no mundo.

Desde a queda da Babilônia antiga, Satanás tem procurado controlar o pla­neta por meio de um poder mundial após o outro. E provavelmente já teria conseguido se não fossem as repetidas intervenções divinas (ver com. de Dn 2:39-43). Sem dúvida, sua tentativa mais próxima do sucesso foi a sub­versão da igreja mediante a apostasia papal na Idade Média (ver vol. 4, p. 921, 922; ver com. de Dn 7:25). Mas Deus intervém para impedir o sucesso de uma ameaça após a outra até o cumprimento final de Seus propósitos (ver Ap 12:5, 8, 16). As nações nunca mais con­seguiram se ligar umas as outras para formar um só poder (ver com. de Dn 2:43). O mal é, por natureza, causador de divisões. Contudo, perto do fim dos tempos. Satanás terá a oportunidade de conquistar o que parecerá um sucesso, por um breve momento (ver com. de Ap 16:13, 14, 16; 17:12-14).

Babilônia, tanto literal quanto mística, é reconhecida há muito como uma inimiga tra­dicional da verdade e do povo de Deus. O uso do nome no Apocalipse indica todas as orga­nizações religiosas apóstatas e sua liderança, desde a Antiguidade até o fim dos tempos (ver com. de Ap 17:5; 18:24). A comparação dos textos do AT (que expõem em detalhes os pecados e o destino da Babilônia literal) com as descrições do Apocalipse acerca da Babilônia mística deixa claro como é apro­priado o uso figurado do nome (ver com. de Is 47:1; Jr 25:12; 40:1; Ap 16:12-21; 17; 18; Nota Adicional a Apocalipse 18). Essas pas­sagens revelam a importância de um estudo aprofundado do AT sobre a Babilônia literal para servir de base para a compreensão do significado das passagens do NT relaciona­das à Babilônia mística.

(2) Como age a Babilônia?

Ela desafia abertamente a Deus. Ela busca a fidelidade e lealdade de todas as pessoas. Ela conduz pessoas ao erro.

(3) Quando age a Babilônia?

Age ao longo de toda a história. Porém, age mais fortemente no tempo do fim; age com mais ousadia no fim do tempo do fim.

***

O anjo fala de “vinho”

(1) O que é esse “vinho”?

São ensinos bíblicos heréticos (sendo o principal a justificação pelas obras). São falsos ensinos religiosos e decretos.

E provável que a figura seja emprestada de Jeremias 25:15, texto em que o profeta é instruído: “Pegue o cálice do vinho do meu furor que está em minha mão e faça com que beba dele todas as nações”. Mas não é fúria nem furor que Babilônia oferece ao dar vinho às nações. Ela argumenta que o tomar seu vinho levará paz às nações. Todavia, isso acaba acarretando a ira de Deus sobre os seres humanos.[11]

Como é usado esse “vinho”?

Mais próximo do fim do tempo do fim, Babilônia pressionará os poderes do estado para que este obrigue a imposição universal de seus falsos ensinos religiosos e decretos.

***

A segunda mensagem também fala de “prostituição”.

(1) O que é essa “prostituição”?

É o relacionamento ilícito entre a igreja apóstata e os poderes civis. É a imagem da conexão ilícita entre a igreja e o mundo, ou entre a igreja e o estado secular. A igreja deve se casar com seu Senhor; mas, quando ela procura apoio do estado, deixa seu cônjuge legítimo. Por meio de seu novo relacionamento, comete prostituição espiritual (comparar com Ez 16:15; Tg 4:4).

(2) Quem pratica essa “prostituição”?

Muitas pessoas se embriagam com os falsos ensinos. A igreja acaba apostatando, pois deixa seu Esposo (Cristo) e comete adultério espiritual. A igreja se prostitui porque se afasta da pureza e simplicidade do Evangelho eterno.

A terceira mensagem angélica

Agora vamos ler a terceira mensagem:

Seguiu-se a estes outro anjo, o terceiro, dizendo com voz forte:

Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na testa ou na mão,  também esse beberá do vinho do furor de Deus, preparado, sem mistura, no cálice da sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre, diante dos santos anjos e na presença do Cordeiro. A fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre. E os adoradores da besta e da sua imagem e quem quer que receba a marca do nome da besta não têm descanso algum, nem de dia nem de noite. Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus.

Antes de entrar em detalhes, quero apresentar um contexto da 3ª mensagem. Quando Cristo entrou no lugar santíssimo do santuário celestial para levar a efeito a obra final da expiação, entregou a Seus servos a última mensagem de misericórdia a ser dada ao mundo. Tal é a advertência do terceiro anjo em Apocalipse 14. Seguindo imediatamente a esta proclamação, o profeta viu o Filho do homem vindo em glória para ceifar a colheita da Terra.[12]

Conforme foi predito nas Escrituras, o ministério de Cristo no santíssimo começou com a terminação dos dias proféticos em 1844. A este tempo se aplicam as palavras do Revelador: “Abriu-se, então, o Santuário de Deus, que se acha no céu, e foi vista a arca da sua aliança no seu santuário”. Apoc. 11:19. A arca da aliança de Deus está no segundo compartimento do santuário. Quando Cristo ali entrou, para ministrar em favor do pecador, o santuário interior se abriu, e a arca de Deus foi posta ao alcance da vista. Àqueles que, pela fé, viram o Salvador em Seu trabalho de intercessão, foram revelados a majestade e o poder de Deus. Enquanto o séquito de Sua glória enchia o templo, a luz do santo dos santos foi derramada sobre o Seu expectante povo na Terra.[13]

Agora vamos aos detalhes. Há pelo menos oito elementos importantes na terceira mensagem, os quais vou explica-los em forma de perguntas.

(1) O que é a “imagem da besta”?

A imagem da besta representa aquela forma de religião apóstata que se desenvolverá quando as igrejas se unirão com o estado a fim de impor seus ensinamentos às pessoas. E por que se unirão? Porque perderão o verdadeiro espírito da Reforma.

(2) O que proclama a terceira mensagem?

Proclama a mais solene e assustadora advertência da Bíblia. A mais terrível ameaça jamais endereçada aos mortais está contida na terceira mensagem angélica. Deve ser esse um terrível pecado que atrai a ira Deus, sem mistura de misericórdia. Os homens não deverão ser deixados em trevas quanto a este importante assunto; a advertência contra tal pecado deve ser dada ao mundo antes da visitação dos juízos de Deus, para que todos possam saber por que são esses juízos infligidos, e tenham oportunidade de escapar.[14]

A mensagem diz: “Se alguém adora”. A adoração a Deus contrasta com a adoração à besta e a sua ima­gem. Na crise final, os habitantes da Terra serão chamados a fazer uma escolha, semelhante à escolha dos três jovens hebreus em Babilônia, entre a adoração ao Deus verdadeiro ou a fal­sos deuses (Dn 3).[15]

A mensagem também diz: “Será atormentado”. As sete últimas pragas cairão sobre os adoradores da besta e da sua imagem (Ap 16:2). Além disso, os devotos da besta tornam à vida na segunda ressurreição e recebem o castigo final. Não fica claro a que fase da punição João se refere aqui. Talvez seja a ambas. Nas duas, haverá tormento. A primeira terminará em morte quando Jesus aparecer no céu, e a segunda será a morte eterna.

É amigos. É péssimo negócio adorar a besta e sua imagem.

(3) O que revela a terceira mensagem?

Revela que aqueles que se submeterem à autoridade humana durante a crise final da Terra estarão adorando a besta e sua imagem em vez de estar adorando a Deus.

(4) Qual é o foco da terceira mensagem?

Ela dirige a atenção do mundo para as consequências de se recusar a aceitação do evangelho eterno e das mensagens divinas que convidam à restauração da verdadeira adoração. A profecia aponta para a apro­vação de medidas religiosas cuja observân­cia implica um ato de adoração, no sentido de que o adorador, ao cumpri-la, reco­nhece a autoridade religiosa da primeira besta. Em Apocalipse 14:9-12, o profeta dá um indicativo acerca da natureza do decreto a ser implementado. Ele contrasta os santos com os que adoram a besta e sua imagem, obser­vando que uma das características distintivas dos santos é a guarda dos mandamentos de Deus (14:12).

Observe a conexão com o Antigo Testamento. A profecia de Daniel previu que a besta atuaria para “mudar os tem­pos e a lei” (Daniel 7:25). A história registra a audaciosa tentativa de mudar a lei de Deus, do sábado do Senhor para o domingo. Logo, é possível enxergar, nesta passagem, a formulação específica de um decreto civil exigindo a observância do domingo, e proibindo a guarda do sábado estipulado nos dez mandamentos. Dessa maneira, as pessoas seriam levadas a adorar a “primeira besta”. Elas ouviriam sua ordem e a conside­rariam superior à de Deus no que se refere ao dia sagrado segundo a Bíblia.

É certo que o dia de adoração consiste apenas em um aspecto da adoração univer­sal que a “besta” receberá. O que se revela aqui é um movimento uni­versal liderado por Satanás, que busca asse­gurar para si a lealdade dos habitantes desta Terra. Ele obterá êxito em unir os diversos elementos religiosos e garantir a fidelidade dos seres humanos a uma nova organiza­ção, moldada com base na antiga. Ele é o poder por trás da “besta”. E o verdadeiro anticristo, que trabalha para se fazer igual a Deus.

(5) O que descreve a terceira mensagem?

Descreve vividamente os resultados finais das decisões das pessoas no tocante à adoração. E como já vimos, o resultado será destruição.

(6) Qual é a natureza, a essência da terceira mensagem angélica?

É uma mensagem de justificação pela fé. É um convite a adorar a Deus, e confiar plenamente em Sua provisão, em Seus méritos, para a nossa salvação.

(7) Qual o papel da igreja remanescente na proclama da terceira mensagem angélica?

É por meio da igreja remanescente que Deus proclama a mensagem que deverá restaurar a verdadeira adoração, mediante o chamamento de seu povo para fora dos círculos da apostasia e a preparação dos mesmos para o retorno de Cristo.

(8) Como a igreja remanescente deve se comportar?

O povo remanescente precisa ter clara percepção de suas imperfeições e fraquezas quando tentam executar sua solene missão. Precisamos perceber que é unicamente por meio da graça de Deus que será possível cumprir esta monumental tarefa.

Conclusão

Quero fazer um resumo das três mensagens:

  1. A mensagem do primeiro anjo proclama o evangelho eterno e convida à restauração da verdadeira adoração de Deus como criador, uma vez que a hora do juízo é chegada.
  2. O segundo anjo adverte contra todas as formas de adoração originadas em mecanismos humanos.
  3. Finalmente, o terceiro anjo proclama o mais solene aviso divino contra a adoração da besta e de sua imagem – que é o procedimento no qual se envolvem, em última análise, todos aqueles que rejeitam o evangelho da justificação pela fé.

A primeira e a segunda mensagens foram dadas em 1843 e 1844, e encontramo-nos agora sob a proclamação da terceira; mas todas as três mensagens devem ainda ser proclamadas. É essência que as três mensagens sejam repetidas aos que estão buscando a verdade. Pelos livros e pela palavra devemos fazer soar a proclamação, mostrando-lhes a ordem, e a aplicação das profecias que nos trazem à mensagem do terceiro anjo. Não pode haver terceira mensagem sem primeira e segunda. Estas mensagens devemos dar ao mundo em publicações, em discursos, mostrando em termos de história profética as coisas que aconteceram e as que hão de acontecer.[16]

Quero fazer um convite a você:

“Saiam dela, povo meu, para que vocês não sejam cúmplices em seus pecados e para que os seus flagelos não caiam sobre vocês. Porque os pecados dela se acumularam até o céu, e Deus se lembrou das injustiças que ela praticou”. Apocalipse 18:4, 5.

Faça parte do povo remanescente de Deus, agora! E participe ativamente da pregação das três mensagens angélicas.

Amém!

 

[1] https://setimodia.wordpress.com/2009/05/12/as-3-mensagens-angelicas-o-ultimo-convite-de-salvacao/ Acesso em 11 de junho de 2020.

[2] Francis D. Nichol, editor. Comentário Bíblico Adventista, vol. 7. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2014, p. 915.

[3] Idem.

[4] Idem.

[5] Idem.

[6] Idem.

[7] Idem.

[8] Ted Wilson. “Poder para terminar a obra”. Disponível aqui: http://www.revistaadventista.com.br/blog/2015/10/10/poder-para-terminar-a-obra/ Acesso em 11 de junho de 2020.

[9] Raoul Dederen, editor. Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2011, p. 969.

[10] Francis D. Nichol, editor. Comentário Bíblico Adventista, vol. 6. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2014, p. 917.

[11] Francis D. Nichol, editor. Comentário Bíblico Adventista, vol. 6. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2014, p. 919.

[12] Ellen G. White. História da Redenção. 8ª edição. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1999, p. 379.

[13] Idem.

[14] Ibidem, p. 383.

[15] Francis D. Nichol, editor. Comentário Bíblico Adventista, vol. 6, p. 919.

[16] Ellen G. White. Mensagens Escolhidas, vol. 2. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2000, p. 104, 105.

 

 

Download em PDF