9 de setembro de 2020

Esperança para as Famílias de Hoje

Esperança para as Famílias de Hoje

Esperança para as familias de hoje

Willie e Elaine Oliver

I.                   O Texto: Lucas 8:40-56

Uma Menina Restaurada à Vida e uma Mulher Curada

 

Ao regressar Jesus, a multidão o recebeu com alegria, porque todos o estavam esperando. Eis que veio um homem chamado

Jairo, que era chefe da sinagoga, e, prostrando-se aos pés de Jesus, lhe suplicou que chegasse até

a sua casa. Pois tinha uma filha única de uns doze anos, que estava à morte.

Enquanto ele ia, as multidões

o apertavam. Certa mulher que, havia doze anos, vinha sofrendo de uma hemorragia, e a quem ninguém tinha podido curar

[e que gastara com os médicos todos os seus haveres], veio por trás dele e lhe tocou na orla da veste, e logo se lhe estancou a hemorragia. Mas Jesus disse: Quem me tocou? Como todos negassem, Pedro [com seus companheiros] disse: Mestre, as multidões te apertam e te oprimem [e dizes: Quem me tocou?]. Contudo, Jesus insistiu: Alguém me tocou, porque senti que de mim saiu poder.

Vendo a mulher que não podia

ocultar-se, aproximou-se trêmula e, prostrando-se diante dele, declarou, à vista de todo o povo, a causa por que lhe havia tocado e como imediatamente fora curada. Então, lhe disse: Filha, a tua fé te salvou; vai-te em paz.

Falava ele ainda, quando veio

uma pessoa da casa do chefe da sinagoga, dizendo: Tua filha já está morta, não incomodes mais o Mestre. Mas Jesus, ouvindo isto, lhe disse: Não temas, crê somente, e ela será salva. Tendo chegado

à casa, a ninguém permitiu que entrasse com ele, senão Pedro, João, Tiago e bem assim o pai e a mãe da menina. E todos choravam e a pranteavam. Mas ele disse: Não choreis; ela não está morta, mas dorme. E riam-se dele, porque sabiam que ela estava morta.

Entretanto, ele, tomando-a pela mão, disse-lhe, em voz alta: Menina, levanta-te! Voltou-lhe o espírito, ela imediatamente se levantou, e ele mandou que lhe dessem de comer. Seus pais ficaram maravilhados, mas ele lhes advertiu que a ninguém contassem o que havia acontecido.

(Lucas 8:40-56 ESV)

 III – Explicação e Aplicação

O contexto dessa narrativa encontra Jesus na praia ocidental do Mar da Galileia provavelmente em Cafarnaum – tendo recentemente estado em Gergesa,1 um local do lado oriental do Mar da Galileia. Ficava no país dos gadarenos ou gergenenses (hoje Colinas de Golan) onde Jesus recentemente havia curado um homem possuído pelo demônio, de acordo com o relato de Lucas (Lucas 8:26,27), e de Marcos (Marcos 5:1,2). Mateus (Mateus 5:28) afirma que eram dois homens possessos pelo demônio. Com compaixão Jesus expulsou os demônios que pediram para serem permitidos ficar numa manada de porcos (Lucas 8:31-33). Essa atitude causou temor e ira nas pessoas daquele lugar que insistiram com Jesus para sair do seu país e deixá-los sozinhos.

É possível que as pessoas da praia ocidental do Mar da Galileia tivessem ouvido sobre os maravilhosos milagres que Jesus havia acabado de realizar e queriam que ele realizasse grandes coisas entre eles também. Ou, talvez, eles quisessem simplesmente ver o homem que havia feito tais estupendas maravilhas e poder se vangloriar para seus amigos que elas estiveram com ele. Qualquer que seja o caso, o relato bíblico de Lucas declara em Lucas 8:40 “que a multidão o recebeu com boas vindas.”

Um homem proeminente de grande reputação e rico e uma mulher desconhecida do lado ocidental – carregavam seus próprios fardos pesados e estavam entre aqueles que receberam a presença de Jesus. O nome do homem é citado – Jairo – mas a mulher é anônima. Jairo era um líder influente da sinagoga que com humildade e coragem o procurou rogando pela vida de sua filha, mesmo quando seus colegas do templo planejavam matar Jesus. Ela, por outro lado, era humilde, uma mulher pobre que havia gastado todo seu dinheiro tentando se curar, mas só vendo sua condição piorar. Ela estava na esperança de obter ajuda para si. Jairo estava agradecido pelos doze anos de felicidade que desfrutou com sua filha, mas agora ele poderia perdê-la a qualquer momento. A mulher havia suportado doze anos de desespero por causa de sua condição, mas estava esperando que Jesus pudesse curá-la.2

Imediatamente Jesus saiu com Jairo em direção à sua casa. E embora os discípulos tivessem experimentado essa graciosa resposta de Jesus no passado, eles ficaram um pouco assustados de quão receptivo Jesus foi com o pedido do arrogante rabino. No entanto, eles acompanharam Jesus enquanto a multidão o seguia entusiasticamente e esperançosa.

Embora a casa de Jairo não fosse muito longe do local de onde ele havia encontrado o mestre, a caminhada era muito lenta por causa da grande quantidade de pessoas na multidão que pressionava Jesus de todos os lados. Embora o pai ansioso estivesse preocupado com o progresso lento da caminhada que estava sendo feita, em intervalos regulares Jesus parava para ajudar alguém com necessidade ou dar consolo a alguma pessoa angustiada.

Enquanto caminhavam para a  casa  do líder local, um mensageiro atravessou multidão com más notícias para Jairo. Sua filha havia morrido e assim não adiantava mais incomodar Jesus. Mas, Jesus ouviu a mensagem e imediatamente se voltou para confortar o pai de coração partido dizendo: “Não tema, creia somente e ela ficará bem”.3

O cenário na casa do líder já era um ambiente de quebrar o coração de qualquer pai. Os lamentadores profissionais já estavam no local chorando e lamentando e um grupo de vizinhos, parentes e amigos a essa altura já estavam também no local. Os judeus de plantão se preocuparam rapidamente em Partilhar e demonstrar seu pesar, uma vez que se esperava que o corpo fosse enterrado no mesmo dia depois de ser lavado e ungido.4

 

Retardado pelo barulho, Jesus tentou aquietar a multidão dizendo-lhes que a menina não estava morta, mas dormindo. Você pode perceber que isso não pegou bem com todos os que estavam no local. Sendo que para Jesus a morte é um sono, ele estava sendo absolutamente fiel na sua afirmação. Mas  o  grupo reunido ridicularizou Jesus, porque, para eles, a menina estava realmente morta. Eles não reconheciam que Jesus era “a ressurreição e a vida” (João 11:25). Afinal, não foi Jesus que ressuscitou o filho da viúva de Naim (Lucas 7:11-15)? Ele não disse para João Batista que os mortos estavam sendo ressuscitados (Lucas 7:22)? Claramente, os pranteadores não acreditavam nessas informações e consideravam Jesus um tolo e charlatão.

Depois de fazer todo mundo sair da casa, Jesus levou Pedro, Tiago, João e o pai e a mãe da menina morta para o quarto dela. Tomando-a pela mão, Jesus falou para ela em aramaico, a língua falada naquela casa: “Talitha cumi”! (Menininha, levante-se). Estas não eram palavras mágicas, mas uma ordem do doador da vida.5 Ellen White descreve o que veio em seguida dessa maneira: “Instantaneamente um tremor perpassou pelo corpo inconsciente. A pulsação da vida bateu novamente. Os lábios se abriram com um sorriso. Os olhos se abriram largamente como se fosse acordada de um sono e a jovem olhou admirada para o grupo ao seu lado. Ela           se levantou e seus pais tomaram-na em seus braços e choraram de alegria”.6

É claro que, a caminho da casa  de Jairo, Jesus entrou em contato com uma mulher na multidão. Durante doze longos anos, ela sofria de uma doença que tornara sua vida incrivelmente infeliz. Ela estava cerimonialmente impura e sentia-se fisicamente inferior, incapaz de encontrar comunhão espiritual com os crentes porque sua condição a impedia de fazer contato com eles ou de ir à sinagoga a cada semana. Suas finanças limitadas foram gastas com médicos e remédios esotéricos sem sucesso.

A despeito de sua longa noite de sofrimento, a esperança renasceu em seu coração certo dia quando ela ouviu a respeito do que Jesus estava fazendo pelos outros. Ela ficou convencida de que se ela pudesse encontrá-lo, ela finalmente ficaria curada. Fraca, frágil, quase desmaiando, ela chegou à praia da Galileia onde Jesus estava ensinando, tentando sem sucesso atravessar a multidão. Sua esperança estava começando a se desvanecer, quando por alguma providência de Deus, Jesus caminhou em sua direção no meio da multidão e chegou perto de onde ela estava. Em um último movimento desesperado a mulher sofredora se lançou na direção de Jesus com o que parecia sua última oportunidade e conseguiu com dificuldade tocar na orla de sua roupa. Instantaneamente aconteceu! Um sentimento de estar seca! A força substituiu a fraqueza. Uma alegria incontrolável substituiu a dor! Paz, tranquilidade, serenidade, um êxtase indescritível e felicidade invadiram sua alma!

Com o coração cheio de gratidão e uma euforia indescritível, a mulher fez careta para a multidão. Com uma vitalidade recém encontrada, ela ficou confiante de que ela poderia discretamente desaparecer e viver o restante de seus anos com alegria, paz e liberdade da doença que a havia aprisionado por tantos anos. Mas a voz de Jesus rompeu o barulho da multidão.

“Quem me tocou?” Ele perguntou. Você consegue imaginar o olhar de assombro no rosto de todos na multidão? Ele está brincando? Ele está realmente perguntando isso? Com todas essas pessoas pressionando-o e ele está perguntando quem o tocou? Pedro, o impulsivo e impetuoso, aquele a quem faltava inteligência  emocional,  respondeu a Jesus com crítica na voz. Olhando incredulamente para Jesus, Pedro respondeu: “Mestre, a multidão se aglomera e pressiona você e você pergunta “quem me tocou” (Lucas 8:45)? Jesus desconsiderou de algum modo a pergunta zombeteira de Pedro e declarou: “Alguém me tocou, porque eu senti que de mim saiu poder” (Lucas 8:46).

Tentando permanecer anônima – uma realidade que Jesus não aceita de ninguém que se aproxima dele – ao contrário, querendo confirmar a personalidade e as qualidades únicas que cada ser humano foi dotado por seu Criador, desejando que aquela insegura e ansiosa mulher escondida se tornasse assertiva, confiante e segura de si, Jesus criou uma oportunidade para interação e comunhão real que aquela pobre mulher havia perdido durante longos doze anos. Sentindo o holofote sobre ela, a mulher agora curada deu um passo à frente e confessou em público o que tinha acontecido na sua vida e o que ocorreu quando sua necessidade cruzou a abundância de Jesus. “Ela estava impura, miserável, desanimada e desesperada, mas ela foi a Jesus e sua necessidade foi satisfeita”.7 Uma coisa é pressionar Jesus; e outra coisa é tocar em Jesus.

II.              Conclusão

Em um estudo publicado na edição de outubro de 2011 da Nature Neuroscience,8 os pesquisadores do Wellcome Trust Center para Neuroimagem na University College de Londres apresentaram evidências de que pessoas naturalmente otimistas aprendem apenas com informações que reforçam essa perspectiva otimista. O estudo realmente sugere que muitos de nós somos também conectados com o otimismo. Alguns repórteres resumem essa descoberta para descrever otimismo como um defeito cerebral.” Defeito cerebral ou não, o otimismo parece necessário para o progresso pessoal. Temos de ser capazes de imaginar realidades melhores, forçar em direção a esse alvo.

A esperança, no entanto, é mais do que otimismo. Biblicamente falando, esperança, juntamente com a fé e o amor, formam as três grandes coisas do cristianismo. Elas são aquelas coisas das quais o apóstolo Paulo falou a respeito em 1 Coríntios 13 que permanecem quando tudo mais falha. “E agora permanecem a fé, a esperança e o amor”, é assim que ele coloca, e ele quis dizer que, quando procuramos as qualidades que são destiladas juntas da experiência da vida do crente, essas três coisas são terreno sólido sobre o qual permanecemos – mesmo que agora pareçam apenas escuro como através de um vidro distorcido.

Qual é a sua necessidade hoje? Vai exigir humildade e coragem para encará-la como aquela demonstrada por Jairo – um arrogante, teimoso, preconceituoso, um rabino cheio de justiça própria cuja filha estava morrendo, necessitando da Ressurreição e da Vida? Ou você é como a mulher anônima que sofria em silêncio – evitada, ignorada, rejeitada? Vai exigir esperança renovada, não meramente otimismo mundano, mas uma crença e uma confiança reais nas promessas de Deus encontradas na Bíblia. Você ainda é cativo da esperança? A esperança ainda arde dentro do seu coração?

Jesus está passando pela sua cidade hoje e com ele vem a cura de todas as doenças mortais, inclusive quando a morte já se tornou uma realidade. Independente do que você está encarando no seu relacionamento hoje, lembre-se que ainda há Esperança para as Famílias Atuais hoje por meio de Jesus Cristo nosso Senhor. Confie nele hoje, amanhã e para sempre e faça dele o Senhor da sua vida.

 

Que Deus possa abençoá-lo para essa finalidade é a nossa oração.

 

Notas

1 White, E.G. (1940). O Desejado de Todas as Nações. p. 342 Mountain View, CA: Pacific Press Publishing Association.

 

2 Wiersbe, W.W. (1996). The Bíblia Exposition Commentary, (Vol. 1, p.202). Wheaton, IL: Victor Books.

 

3 White, E.G. (1940). O Desejado de Todas as Nações. p. 342 Mountain View, CA: Pacific Press Publishing Association.

 

4 Wiersbe, W.W. (1996). The Bíblia Exposition Commentary, (Vol. 1, p.203). Wheaton, IL: Victor Books.

 

5 Wiersbe, W.W. (1996). The Bíblia Exposition Commentary, (Vol. 1, p.203). Wheaton, IL: Victor Books.

 

6 White, E.G. (1940). O Desejado de Todas as Nações. p. 343 Mountain View, CA: Pacific Press Publishing Association.

 

7 Wiersbe, W.W. (1996). The Bíblia Exposition Commentary, (Vol. 1, p.204). Wheaton, IL: Victor Books.

8 (2011). Nature Neuroscience, vol. 106 (3), 1601-

2103.

 

 

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