27 de janeiro de 2021

Quem é o servo fiel e prudente?

Quem é o servo fiel e prudente?

QUEM É O SERVO FIEL E PRUDENTE?  

Jesus Hanco Torres 

 

Introdução 

  • Ilustração: Era a última semana de Jesus antes da sua crucifixão, Ele estava no Monte das Oliveiras, depois de ter falado à multidão, os Seus discípulos o levaram a um lado e lhe fizeram perguntas: quando seriam estas coisas? Que sinal haveria para Sua vinda e para o fim do mundo? Agora Jesus estava falando somente com Seus discípulos. Nesse ambiente mais familiar Ele lhes advertiu sobre os sinais que aconteceriam antes de Sua vinda. E depois de descrever sobre sua vinda, começou a falar com ilustrações que tinham o objetivo de ajudá-los a entender umimportante lição: a preparação pessoal do cristão para o prometido retorno de Jesus. Então, Jesus lhes contou a parábola da figueira, de Noé, do ladrão e depois, Ele propôs contar outra parábola, uma história diferente que ilustraria outra verdade importante a Seus discípulos e para a sua igreja. 
  • Propósito: A mensagem de hoje tem o propósito de mostrar a responsabilidade que o cristão tem ao ser um administrador fiel de todos os dons dados por Deus e se preparar para a prometida volta de Cristo. Vamos orar antes de abrir a Palavra de Deus. (oração) 
  • Texto Bíblico: Vamos ler o texto de Mateus 24:4551. 

 

  1. Bem-aventurado aquele servo fiel e prudente que o Senhor achar servindo. (24:45-47) 
  1. Jesus termina a parábola do ladrão dizendo uma verdade: “estai vós também apercebidos; porque virá o Filho do Homem à hora que não imaginais”. 
  1. Passaram cerca de 1983 anos desde que Jesus retornou ao Céu, lá pelo ano 31 d.C. É interessante notar como dentro de nossa igreja o fervor com o qual se pregava sobre a segunda vinda de Cristo a este mundo está se apagando. Na atualidade sabemos que Cristo voltará, mas muitos acreditam que ainda falta muito tempo. É nesse momento que precisamos lembrar da mensagem de Cristo: “estai vós também apercebidos; porque virá à hora que não imaginais” (itálica do autor). 
  1. É neste momento que Pedro interrompe e pergunta: “Senhor, dizes essa parábola a nós ou também a todos?” (Lucas 12:41). Cristo responde ao seu amado discípulo com uma pergunta: “Qual é, pois, o mordomo fiel e prudente, a quem o senhor pôs sobre os seus servos, para lhes dar a tempo a ração?” Jesus deseja ilustrar a verdade sobre a preparação para sua vinda por meio da analogia de um escravo que foi colocado como mordomo por seu senhor. Um dos exemplos mais conhecidos na Bíblia é o de José, que foi mordomo em toda a casa de Potifar. 
  1. O mordomo era o responsável por uma propriedade ou pelos negócios de outra pessoa. Na atualidade poderíamos defini-lo como o gerente. Naqueles tempos o mordomo administrava tanto os bens materiais como os humanos (esse cuidado estava sob a responsabilidade do mordomo). 
  1. Mas havia duas coisas que esse servo nunca poderia esquecer, (1) Ele não era o dono de nada do que estava recebendo, ele havia sido colocado somente como responsável de toda aquela casa, graças ao seu senhor. (2) Ele era responsável por todas as coisas, das quais ele prestaria conta ao dono quando esse retornasse. O texto diz: “para lhes dar a tempo a ração”, a tarefa de alimentar a casa em seu devido tempo mostra um cuidado muito especial que o servo deveria ter com cada uma das coisas que lhe haviam responsabilizado (os outros escravos, animais e outros pertences do dono), idêntico a um progenitor. 
  1. Cristo pergunta por um servo fiel e prudente e acrescenta: “Bem-aventurado aquele servo a quem o senhor, quando vier, achar fazendo assim” (v. 46). Jesus descreve a felicidade e a alegria a espera do mordomo fiel e prudente que cumpre com o que foi confiado por seu senhor. 
  1. Cristo acrescenta uma promessa para esse servo, que o seu senhor o responsabilizará sobre “todos seus bens”. Não somente sobre sua casa, mas sobre tudo o que lhe pertence (v. 47). Tudo isso vai acontecer com o servo quando seu senhor chegar e lhe encontrar cumprindo com sua responsabilidade. 
  1. Aplicação: Hoje em dia existe uma tendência em acreditar que tudo o que temos: habilidades, dinheiro, títulos e mesmo nosso corpo nos pertence, e que podemos fazer o que quisermos com eles, esquecendo de nossa responsabilidade com Deus (Dt. 8:11, 17, 18). 
  1. Da mesma maneira que o servo na parábola, precisamos lembrar: (1) Não somos donos de nada do que temos, somos apenas mordomos, administradores, gerentes de todas essas coisas. Portanto, todos nossos bens materiais, tempo, dinheiro, habilidades e até mesmo o nosso corpo pertencem a Deus e (2) Somos responsáveis diante de Deus sobre como estamos administrando cada uma das coisas que Deus nos confiou, talvez a pergunta seria: Como estou administrando o corpo que Deus me confiou? Como estou administrando os bens que Ele me deu? Como estou administrando os talentos e habilidades que Ele me confiou 
  1. Cristo pronuncia uma grande benção (bem-aventurado, que em grego significa: feliz, bendito, afortunado, ditoso) para todo servo que, quando Cristo voltar, estiver administrando sabiamente tudo o que lhe foi confiado. Tudo isso acontecerá quando Cristo voltar e pedir contas a cada um de Seus servos. 
  1. castigo cruel para o mau servo, o qual o seu senhor encontrar espancando seus semelhantes e vivendo indignamente (24:48-51) 
  1. Então Jesus apresenta uma condição em sua parábola, o que aconteceria se aquele servo mau pensasse em seu coração: “Meu Senhor tarde virá”, seria muito oportuno ver esta possibilidade, aquele servo que em vez de ser fiel e prudente é qualificado como servo MAU. Um servo que recebe os privilégios e a responsabilidade. E assim, Jesus apresenta este servo considerado como “mau” que diz em seu coração, isso quer dizer, nos seus pensamentos mais profundos: “Meu Senhor tarde virá”. 
  1. Vamos pensar que este servo está ciente de que o seu Senhor vai vir, ele não nega a vinda do seu Senhor. E mais, ele ainda o considera como “seu Senhor” (v. 48). Entretanto, o seu modo de vida mostra exatamente o contrário. Este servo reconhece o dono de todas as coisas e o considera como “seu Senhor”, mas no fundo ele acredita que o seu Senhor ainda vai demorar muito para chegar. Isso quer dizer que ele não considera necessário se preparar, porque tem certeza de que o seu Senhor virá muito depois. 
  1. Para esta ideia, que sai do coração daquele servo, Jesus acrescenta duas ações: (1) Ele começa a espancar os servos, e (2) comer e beber com os bêbados. É muito importante relembrar do texto de Marcos 7:21: “do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os homicídios”. 
  1. Sem dúvida, o coração deste servo, seus pensamentos mais profundos, estavam longe de desejar o encontro com o seu Senhor. Esses pensamentos o levaram a distanciar-se mais e mais da responsabilidade que lhe haviam confiado. 
  1. Sua tarefa era “alimentar os servos da casa”, mas contrário a isso, ele começa a espancá-los. Abandona a sua tarefa, sua responsabilidade, deixa tudo o que o seu Senhor lhe havia pedido que administrasse e leva uma vida boêmia e despreocupada com a tarefa confiada. 
  1. Jesus continua com a parábola mencionando a vinda do senhor daquele servo, mas em dia e hora que ele não espera. É importante perceber que a vinda de Cristo será repentina e inesperada somente para aqueles que não vivem de acordo com a palavra de Deus. Os filhos de Deus não estão nas trevas sobre a vinda de Cristo (I Tes. 5:4). 
  1. Mesmo que no texto em grego diga literalmente “vai te cortar em dois” ou “o cortará em pedaços”, aqui a Bíblia mostra que a punição para este servo seria extremamente severa. Além dissoa sua parteisto é, sua herança ou as coisas que lhe pertencia seria destinada aos hipócritas. 
  1. Algumas horas antes, Jesus havia usado essa palavra “hipócritas” ao se referir aos fariseus e escribas (Mat. 23:23, 25, 27, 29, 51). Pessoas que conheciam muito a Palavra de Deus, mas que não davam um testemunho correto de fidelidade e integridade, mas apenas uma vida de aparência externa. O esforço para fingir diante de outras pessoas a grande fidelidade a Deus, em contraste com um o coração totalmente distante de Deus (Mat. 23:27). 
  1. A parábola termina com a frase “ali haverá pranto e ranger de dentes”, essa frase é usada diversas vezes por Mateus para apresentar o remorso, a angústia e o sofrimento de quem no fim foi encontrado em falta. 
  1. Aplicação: Pode ser que não neguemos a Deus, mas no fundo do nosso coração pensamos e esperamos que Cristo demore um pouco mais. Isso porque os nossos tesouros e desejos mais profundos estão nesta terra. 
  1. Pode ser que estejamos assumindo nossas habilidades e talentos, posição social, funções ou nossa própria fisionomia e outros privilégios que Deus nos concedeu, para desprezar outra pessoa, para rebaixá-la porque talvez não tenha uma posição como a nossa ou talentos como nós temos. 
  1. Ou talvez estejamos vivendo uma vida desperdiçada, uma vida dupla, o sábado na igreja, mas o resto da semana longe de Deus. Esquecendo a importante tarefa que nosso Senhor nos confiou, de cuidar de Sua casa: ser um mordomo fiel. 

 

Conclusão e apelo 

  1. Por meio da Bíblia podemos sempre encontrar o caminho: o caminho da obediência e o da desobediência, um é largo e o outro estreito; os dois conduzem a dois finais: a vida eterna e a destruição eterna. 
  1. Hoje o Senhor nos convida: (1) Lembremos que tudo pertence a Ele e nada do que temos como “propriedade” neste mundo é nosso, pois tudo é de Deus. Ele é o Senhor de tudo, até de nosso próprio corpo. (2) Deus virá um dia para pedir contas do que temos feito com o tempo, os talentos, os bens materiais e o corpo que Ele nos outorgou. Para alguns esse será um feliz e abençoado encontro, mas para outros será uma surpresa muito triste e vergonhosa. 
  1. Entretanto, a mensagem de hoje se concentra na pergunta de Cristo: Quem é, pois, o servo fiel e prudente? (Mat. 24:45). Se talvez tivermos caminhado na direção errada, Cristo nos convida a refletisobre essa pergunta e nos levantar e dizer: Senhor, quero ser aquele servo fiel e prudente, ajuda-me a viver uma vida de serviço e fidelidade a ti e a tudo que me dá o privilégio de administrar. 
  1. Oração. 

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