Carlos Hein
Como tem você iniciado este ano, querido colega? Acaso tem elevados ideais para os novos 365 dias que o Senhor colocou diante de nós?
Apreciei bastante o artigo escrito pelo pastor Erton Köhler (p. 18 – Revista Ministério | Jan – Fev – 2016), desafiando-nos a não focalizar a crise, mas as oportunidades. Em certa ocasião, o pastor Arnaldo Cruz escreveu: “Às vezes, pedimos que Deus nos mude de situação; sem saber que Ele nos colocou na referida situação para que possamos ser transformados. O que hoje é sua provação, amanhã, será seu testemunho.”
Ao se dirigir a um jovem pastor, Paulo escreveu: “Ninguém despreze a tua mocidade; pelo contrário, torna-te padrão dos fiéis […]” (1Tm 4:12). O apóstolo não sufocou o zelo juvenil, mas o estimulou para que se tornasse merecedor do respeito dos mais experientes. Paulo também falou aos adultos, advertindo-os a não alimentar pouca consideração pelos jovens que se esforçam em busca de superação.
A carta escrita há 2 mil anos continua dizendo: “Não te faças negligente para com o dom que há em ti” (v. 14). Todos nós fomos agraciados por Deus com dons ou talentos. Alguns têm recebido cinco talentos; outros, dois; outros, um talento apenas. Alguns talentos são herda- dos e outros são adquiridos. Alguns são naturais; outros, espirituais. Alguns são conferidos diretamente mediante o recebimento do Espírito Santo. Outros são simplesmente ativados por esse Agente divino.
Lembro-me de ter lido, anos atrás, em um livro de Meditações Diárias, que no Novo México, em um acampamento indígena, foram descobertas 100 sementes de cereais. De acordo com o arqueólogo que as encontrou, elas tinham milhares de anos. Durante todo esse tempo, elas permaneceram como que dormindo, sem cumprir o propósito para o qual foram criadas pelo Senhor. Poderiam ter servido de alimento para saciar a fome de alguma criança, ou semeadas para gerar novas plantas. Contudo, nada disso aconteceu.
Você pode estar se perguntando por que estou escrevendo sobre juventude e dons. A resposta é muito sim- ples. Neste novo quinquênio, a Divisão Sul-Americana se propôs continuar enfatizando em seu plano de trabalho o tema “discipulado”, por meio da Comunhão, do Relacionamento e da Missão. Todavia, será dado destaque especial a quatro aspectos: (1) novas gerações; (2) dons espirituais; (3) comunicação; (4) formação teológica ou preparo de pastores à altura das exigências dos tempos atuais.
Caríssimo colega, você e eu podemos fazer muito nesses quatro aspectos. Quero animá-lo a cuidar com esmero das novas gerações e a não desconsiderá-las. A você, meu incentivo para que desenvolva os dons existentes em suas congregações. Encorajo você a usar com sabedoria os meios de comunicação e as redes sociais, afim de compartilhar o evangelho. Finalmente, exorto-o a buscar entre crianças, adolescentes e jovens aqueles que serão os futuros pastores que guiarão o rebanho nos momentos finais da história deste mundo.
Lembre-se: Não é suficiente ser um bom pastor ou obreiro. Mais importante é que você e eu sejamos exem- plos “para os fiéis”. Convido você a seguir, no transcorrer deste ano, o conselho transmitido por Charles Spurgeon: “Não manche seus dedos que logo tocarão as cordas celestiais. Não permita que seus olhos, que em breve verão o Rei, cheguem a ser janelas da concupiscência. Não deixe que seus pés, que em breve andarão pelas ruas de ouro, sujem-se em lugares lamacentos. Não permita que seu coração, que dentro em breve se encherá do Céu e transbordará júbilo, encha-se de orgulho e amargura.”