“Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo e ele fugirá de vós”
É triste dizer, mas a má conduta sexual tem sido a maior causa do fracasso de muitos clérigos. Ministérios dizimados, famílias destruídas e igrejas negativamente afetadas são resultado da crise moral dos últimos tempos. O inimigo nutre especial interesse em deteriorar nosso caráter e tem nos líderes eclesiásticos seu alvo predileto. Sempre que consegue levar um deles ao pecado, marca uma vitória estratégica em seu objetivo de desacreditar a igreja e ridicularizar o nome de Cristo.
Não é algo que ocorre a uma pessoa, mas algo que a pessoa faz acontecer. Se dependermos do Salvador e dermos passos deliberados e progressivos para cultivar a pureza, podemos evitar a imoralidade. Ela não nos escolhe. Nós a escolhemos ou escolhemos evitá-la.”[1]
Mantenha distância
Ninguém cai em pecado de um dia para o outro. Ninguém acorda pela manhã, dizendo: “Que maravilhoso dia! Que ocasião propícia para pecar!” Há um processo lento de frouxidão espiritual que nos leva ao desastre moral.
A maioria dos casos de infidelidade começa na proximidade. A aventura começa com um relacionamento de amizade no trabalho. As pessoas envolvidas sentem admiração mútua, uma espécie de amor platônico. À medida que cultivam essa amizade, gradualmente ela começa a se tornar mais romântica do que desejariam. Ultrapassam o limite e começam a partilhar entre si assuntos impróprios. Mesmo que não haja envolvimento sexual, a aventura começa quando compartilham sentimentos que os impulsionam a dar um passo após outro além dos limites. Os desastrosos resultados serão inevitáveis. Forja-se entre os dois uma sutil, mas poderosa fusão de sentimentos e, ainda que não exista aventura física, já estão moralmente comprometidos.
Não podemos evitar todos os estímulos sexuais, mas podemos evitar que lancem raízes em nosso coração e mente. Então, mantenha-se longe de todos os lugares e situações que convidem à cobiça. Tire o computador do quarto e o coloque num lugar à vista de todos na casa. Se for necessário, crie uma senha que seja conhecida de mais um familiar.
Fuja também da companhia de pessoas que podem contribuir para que você se torne mais um enlaçado pela tentação. José enfrentou com êxito a pressão sexual. Resistir a tal embate e pressão exige grande valentia e intenso temor a Deus. José demonstrou possuir as duas coisas: “ele, porém, deixando as vestes nas mãos dela, saiu, fugindo para fora” (Gn 39:12). Paulo exortou aos cristãos de Corinto: “Fugi da impureza” (1Co 6:18), e também aconselhou a Timóteo: “Foge, outrossim, das paixões da mocidade” (2Tm 2:22). Na guerra contra o mal, o conselho bíblico é: “Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós “(Tg 4:7).
No que tange ao tema deste artigo, fugir não é demonstração de covardia, mas de valentia. Ser fiel ao Senhor exige um preço que pode parecer muito alto em algumas ocasiões. Porém, jamais duvide de que a recompensa de Deus por sua fidelidade em nada pode ser comparada às aparentes e momentâneas perdas terrestres.
Referências:
1 Randy Alcorn, “O ministro e a tentação sexual” Apuntes Pastorales, v. 1, no 1, 1991.
2 Ibid.
3 C. H. Macintosh, Estúdios Sobre el Pentateuco (Morelos, México, 1960).
4 Helen Fisher, Comentário extraído de material da Clínica Sexológica de Cetis (Buenos Aires, 2001).
5 Guilhermo Hendriksen, Comentário del Nuevo Testamento (Michigan: Libros Desafio, 1995).
(Extraído de Apuntes Pastorales, v. 26, no 2, jan./ mar. 2009. Usado com permissão)